Madrid concentra um terço de todos os casos novos na Espanha
Javier Barbancho/Reuters - 28.7.2020O ministro da Saúde da Espanha, Salvador Illa, pediu nesta terça-feira (22) que a população da comunidade autônoma de Madri, onde fica a capital do país, evite ir às ruas e participar de encontros ou reniões de caráter social, para conter o aumento do número de casos de covid-19.
Apesar de achar que, no momento, não é necessário decretar estado de emergência, Illa disse à emissora de rádio "Cadena Ser" que as autoridades analisam se devem ser adotadas medidas complementares para combater uma nova onda de contágios.
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De acordo com os últimos dados divulgados pelo Ministério da Saúde, Madri - que tem 6,5 milhões de habitantes - voltou a ser a região com mais contágios no país europeu, concentrando um terço dos novos casos diagnosticados, 11.991 desde o dia 18 de setembro e 794 nas últimas 24 horas.
A comunidade autônoma também foi a que registrou o maior número de mortes por covid-19 durante a última semana, com um total de 87.
Diante desta situação, o presidente do Governo da Espanha, Pedro Sánchez, e a presidente da comunidade de Madri, Isabel Díaz Ayuso, reforçaram na segunda-feira os mecanismos de cooperação entre as duas administrações e criaram grupos de trabalho para avaliar se as medidas já tomadas são suficientes.
Desde segunda-feira, parte de Madri vive um semiconfinamento, que afeta 850 mil habitantes do sul da capital e de alguns outros municipios, que só estão autorizados a deixarem suas casas para a realização de atividades imprescindíveis, como trabalhar, estudar ou cuidar de idosos.
Além disso, entraram em vigor outras restrições, como o fechamento de parques e jardins e a redução do limite de pessoas para reuniões e encontros em ambientes públicos ou privados, que passou de 10 para seis.
A capacidade de lotação de bares, restaurantes e estabelecimentos comerciais agora é 50% menor, e velórios só podem reunir até 15 pessoas, caso sejam ao ar livre, e 10 em espaços fechados.
Locais de culto e cerimônias religiosas, por sua vez, tiveram sua lotação limitada a 33% de sua capacidade total.
"Acreditamos termos margem para reverter a situação e reduzir a curva de contágios se as medidas forem respeitadas", afirmou Illa.
O ministro admitiu que a situação da Espanha é preocupante de forma geral e que, se não for contido o aumento do número de casos, o sistema público de saúde poderia ser comprometido, já que os hospitais estão mais pressionados do que antes, com um crescimento "substancial" de atendimentos de emergência.