Um mistério que deixou a Itália apreensiva ao longo das últimas semanas pode estar perto do fim: restos mortais encontrados em uma rodovia na Sicília seriam do pequeno Gioele, menino de 4 anos desaparecido desde 3 de agosto.
Segundo os coordenadores das buscas, os traços achados nesta quarta-feira (19) têm "99%" de chances de ser compatíveis com a criança. Fragmentos ósseos e pedaços de uma camiseta foram encontrados por um dos voluntários — um carabineiro aposentado — que há dias participam das buscas ao lado de bombeiros, policiais e guardas florestais.
O local, coberto de arbustos, fica a cerca de 200 metros da rodovia que liga Messina e Palermo. O pai de Gioele, Daniele Mondello, o avô paterno, Letterio, e a tia Mariella se dirigiram para a área, que também conta com a presença de dois médicos legistas, da polícia científica e do procurador Angelo Cavallo, que coordena o inquérito.
A confirmação, no entanto, deve chegar apenas com um exame de DNA, já que os fragmentos teriam sido despedaçados por animais selvagens que os teriam levado para uma clareira no meio de um bosque.
Menino desapareceu junto com a mãe
Gioele desapareceu no último dia 3 de agosto, ao lado de sua mãe, a DJ Viviana Parisi, de 43 anos, cujo corpo foi encontrado cinco dias depois, em um bosque situado a 500 metros da rodovia e a 700 metros do lugar onde estariam os supostos restos mortais do menino.
Na manhã de 3 de agosto, Parisi, residente na cidade de Venetico, havia dito ao marido que iria a um shopping em Milazzo, a 30 quilômetros de distância, mas pegou a rodovia para Palermo. O inquérito já descobriu que a DJ sofreu um acidente em um túnel e abandonou o automóvel no acostamento da estrada.
Testemunhas relataram que a viram pulando o guardrail com o filho no colo. Foi a última vez que Parisi e Gioele foram vistos com vida. O corpo da DJ estava a cerca de 1,5 quilômetro do local onde ela deixara seu carro, perto de uma torre de alta tensão.
A autópsia descartou lesões por armas de fogo ou por facas, mas identificou diversas fraturas no corpo de Parisi — uma das suspeitas é de que ela tenha caído ao tentar subir na torre para escapar de animais.
Em entrevista nesta quarta, o pai de Gioele disse que a DJ não tinha medo de cães e "nunca teria matado" o menino, já que outra hipótese dos investigadores é de um homicídio culposo ou doloso seguido de suicídio.