Usinas de carvão, como esta na Índia, ainda respondem por 40% da eletricidade do mundo
Divyakant Solanki / EFA - EPA - 13.10.2021A COP26, como é conhecida a 26ª Conferência da ONU sobre Mudança Climática, começa neste domingo (31) em Glasgow, na Escócia, e vai prosseguir ao longo das próximas duas semanas. Chefes de Estado e autoridades de diversos setores, como meio ambiente, indústria e ONGs do mundo todo, estarão reunidos para discutir medidas para tentar reduzir a escalada do aquecimento global.
De acordo com um relatório publicado em agosto pelo IPCC, o painel da ONU sobre mudanças climáticas, o mundo segue um curso "catastrófico" que provocará um aumento na temperatura média de 2,7°C até o fim do século. Isso causaria danos possivelmente irreversíveis no ciclo de chuvas, derretimento das calotas polares, desequilíbrio de temperaturas e outros problemas ambientais sérios.
Em Glasgow, os participantes da COP vão debater soluções em uma tentativa de conter o aumento da temperatura para, no máximo, 1,5°C até 2050. A principal proposta é que as 191 nações que assinaram o Acordo Climático de Paris em 2015 neutralizem suas emissões de gás carbônico, um dos principais causadores do efeito estufa.
Dessa forma, o principal objetivo é não apenas formalizar um acordo para que as nações reduzam as suas emissões nesse período, mas encontrar mecanismos para que os países que mais contribuem para a poluição se comprometam com isso. Segundo o relatório do IPCC, 113 dos 191 participantes do Acordo de Paris atualizaram seus compromissos e deverão reduzir suas emissões em 12% até 2030.
No entanto, essas nações representam apenas 49% das emissões globais, e o mau desempenho dos outros países pode significar um aumento global de gases de efeito estufa de até 16% nos próximos nove anos.
Outro ponto importante que será discutido é uma redução gradual no uso do carvão mineral como forma de geração de energia. A substância é uma das mais poluidoras e ainda é utilizada em larga escala, respondendo por cerca de 40% da geração de eletricidade em todo o mundo, de acordo com o relatório Carbon Brief.
Uma das metas da COP26 será regulamentar o Artigo 6º do Acordo de Paris, que estabelece as bases para um mercado mundial de créditos de carbono, uma alternativa global de cooperação, em que um país pode compensar suas emissões de CO2 com créditos gerados por outra nação, por exemplo em um grande projeto de reflorestamento.
Outra questão que será tratada é o financiamento ambiental, que na assinatura do Acordo de Paris foi estipulado como investimentos mundiais de US$ 100 bilhões (cerca de R$ 564 bilhões) até 2020 para a redução de emissões. No entanto, diversos países, como os EUA, não cumpriram o prometido e a quantia não foi atingida.
Também serão debatidos avanços no campo da energia limpa, especialmente no transporte urbano, como a priorização para pesquisa e produção de carros elétricos e movidos a outras fontes de energia limpa.