O Conselho Militar Transitório, que mantém o poder no Sudão desde a queda do presidente Omar al Bashir em um golpe de Estado no dia 11 de abril, e os opositores das Forças de Liberdade e Mudança se reuniram neste sábado para discutir soluções em meio aos protestos no país.
Sudão: Oposição volta a negociar transição com militares
"As negociações de hoje foram dominadas por um espírito positivo e caraterizadas por uma grande transparência", disse em entrevista coletiva o porta-voz da Junta Militar, Shamsaldin Kabashi, após a reunião.
O encontro, o primeiro depois que os opositores voltarem atrás da decisão de não negociar com a Junta Militar, acontece após uma semana de novos protestos reivindicando uma transição para um governo civil.
Segundo Kabbashi, as conversas continuam com a esperança de conseguir resultados o mais rápido possível.
Por sua vez, Madani Abbas Madani, um porta-voz da plataforma opositora, disse em entrevista coletiva que hoje foram discutidos "pontos de disputa".
Já o líder do partido opositor Al Umma, o ex-primeiro-ministro Sadiq al Mahdi, pediu prudência na discussão com a Junta Militar Transitória.
"Agora é preciso estabelecer um conselho soberano, um conselho de segurança nacional, assim como um conselho de ministros de analistas que não pertencem a partidos políticos", disse Mahdi.
O líder opositor pediu a retirada de todos "os privilégios ilegais que obtidos injustamente pelo partido de Bashir e aliados e que estes sejam julgados pelos crimes e roubos que cometeram".
Além disso, Mahdi pediu à população que continue protestando em frente ao principal quartel militar do país até que todos os seus objetivos sejam alcançados e afirmou que ações estão sendo planejadas para "bloquear qualquer contrarrevolução" dos partidários do ex-presidente.