O Reino Unido libera a realização de cultos com máscara e distanciamento social
Andy Rain / EFE - EPA - ArquivoAo longo de mais de um ano de pandemia do novo coronavírus, líderes de todo o mundo se debruçaram sobre dezenas de propostas e medidas, para formular planos que ajudassem a conter a propagação da covid-19. A questão dos cultos religiosos sempre foi um dos pontos mais delicados na elaboração dessas políticas.
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A necessidade de conter aglomerações e, ao mesmo tempo, observar a liberdade de culto das pessoas levou alguns países europeus a buscar uma solução que pudesse atender os dois lados. Entre eles estão o Reino Unido, a Holanda e a Alemanha. Os três governos adotaram táticas semelhantes, permitindo uma abertura controlada e publicando algumas regras, incluindo máscaras e distanciamento social.
Outros, como Portugal e Espanha, optaram por fechar os templos religiosos durante as fases mais duras da pandemia. A Itália fez isso no ponto mais crítico, em março do ano passado, quando foi o país mais atingido do mundo pela doença, mas evitou repetir durante o último grande surto de covid-19. Houve algumas restrições na Páscoa, mas as pessoas podiam ir às igrejas perto de suas casas.
No caso do Reino Unido, que está em meio ao processo de reabertura, desde o último dia 29 de março, as pessoas podem ir às igrejas participar de cultos e podem se reunir em grupos de até 6 pessoas, vindos de no máximo dois lares diferentes. Casamentos e velórios também só podem receber até 6 pessoas. No momento dos enterros, ao ar livre, esse número sobe para 30 pessoas.
Ainda assim, há algumas violações. Na última sexta-feira (2), a polícia de Londres entrou em uma igreja no sul da cidade e parou uma missa em que os fiéis estavam aglomerados e, em muitos casos, sem máscaras. Ninguém foi detido ou multado, mas o templo foi esvaziado.
A Holanda, que tem uma forte legislação a favor da liberdade religiosa, tem uma situação diferente. Os templos não foram fechados durante a pandemia, mas podiam funcionar com uma lotação de, no máximo, 30 pessoas. No entanto, nem mesmo esse limite foi respeitado em algumas regiões do país. Sem jurisdição legal, o governo não teve como sancionar esses locais.
Já a Alemanha também liberou os cultos, mas com normas rígidas de número de público e distanciamento social, além da proibição de hinos ou cânticos nos ambientes fechados. Na semana passada, houve uma confusão quando a premiê Angela Merkel anunciou um lockdown para o feriado da Páscoa, mas depois voltou atrás.
Na França. há um lockdown com toque de recolher, mas os cultos prosseguem. O governo tentou limitar para 30 o número de pessoas dentro dos templos, mas essa determinação foi derrubada pela Suprema Corte. O mesmo aconteceu na Bélgica e na Suíça.