Em nova derrota, Boris Johnson vê parlamento decidir adiar decisão sobre Brexit
REUTERS/Francois Lenoir/17.10.2019O Parlamento britânico decidiu neste sábado (19) adiar decisão sobre o novo acordo do Brexit. Os deputados votaram a favor de uma proposta para suspender o apoio ao tratado do primeiro-ministro Boris Johnson até que a legislação formal seja aprovada, uma decisão que o obriga a pedir à União Europeia um adiamento para a saída do Reino Unido do bloco. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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A Câmara dos Comuns (câmara baixa) se reuniu em sessão extraordinária neste sábado — o que não acontecia neste dia da semana há 37 anos — para decidir se apoiaria ou não o acordo.
Os legisladores votaram a favor da emenda apresentada pelo deputado independente Oliver Letwin por 322 votos a 306. Isso significa que o Parlamento não votará neste sábado se aprova ou não a proposta de Johnson.
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A iniciativa foi impulsionada pelo deputado ex-conservador e agora independente Oliver Letwin, e pede o adiamento da ratificação definitiva do acordo do Brexit até que a legislação para implementá-lo seja aprovada, o que obriga Johnson a solicitar outro prazo para depois de outubro.
Visivelmente incomodado ao término da votação, o premiê declarou que não negociará "um atraso" com a União Europeia porque a lei não o "obriga a fazê-lo". Segundo ele, um novo adiamento é "ruim para o país, para a UE e para a democracia".
Dessa forma, a votação da legislação do acordo do Brexit poderia acontecer já na próxima terça-feira, na Câmara dos Comuns.
A polêmica emenda, aceita pelo presidente da câmara baixa, John Bercow, foi criada para funcionar como medida de segurança caso o trâmite parlamentar da lei do Brexit não seja concluído até 31 de outubro e evitar que o Reino Unido saia da UE sem acordo nenhum.
O líder do Partido Nacional Escocês (SNP) na Câmara dos Comuns, Ian Blackford, advertiu que Johnson deve enviar uma carta ao Conselho Europeu para solicitar um adiamento do Brexit. Caso contrário, a questão pode parar nos tribunais.
Já a líder do Partido Liberal Democrata, Jo Swinson, disse na câmara que os eleitores merecem ter "a palavra final" sobre o Brexit em um segundo referendo.
O primeiro-ministro insiste que se compromete a cumprir o prazo de 31 de outubro previsto no calendário do Brexit, com ou sem acordo, e chegou a dizer que preferiria estar "morto em uma vala" antes que pedir um novo adiamento.
O pacto anterior, negociado pela ex-primeira ministra Theresa May, foi rejeitado três vezes pela Câmara dos Comuns. O Reino Unido, que originalmente sairia da UE no dia 29 de março passado, foi obrigado a solicitar duas prorrogações, até abril e depois até o fim de outubro.