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Pela segunda noite seguida, milhares de pessoas protestam contra o governo no Líbano

Manifestação teve início devido a falta de coleta de lixo

Internacional|Do R7, com Reuters e EFE

Televisões locais estão transmitindo ao vivo os protestos em Beirute; Manifestantes gritavam frequentemente: "Revolução!"
Televisões locais estão transmitindo ao vivo os protestos em Beirute; Manifestantes gritavam frequentemente: "Revolução!" Televisões locais estão transmitindo ao vivo os protestos em Beirute; Manifestantes gritavam frequentemente: "Revolução!"
Polícia libanesa tenta conter o protesto com jatos de água
Polícia libanesa tenta conter o protesto com jatos de água Polícia libanesa tenta conter o protesto com jatos de água

As forças de segurança do Líbano precisaram utilizar canhões de água e bombas de gás para conter, neste domingo (23) milhares de manifestantes que protestavam contra o governo em Beirute, capital do país.

Pelo menos 70 pessoas ficaram feridas no centro da capital, segundo informou a Cruz Vermelha Libanesa.35 são agentes da polícia e um total de 43 pessoas tiveram que ser hospitalizadas. A polícia, por sua vez, indicou em comunicado que 36 de seus membros ficaram feridos, um deles em estado grave.

O primeiro-ministro Tammam Salam ameaçou renunciar, em meio ao descontentamento da população que levou milhares de pessoas às ruas.

Em pronunciamento veículado por uma rede de TV local, Salam alertou que o Líbano está se encaminhando para um colapso, e que ele "não faria parte disso". Tomando como alvo os políticos libaneses, ele disse que o maior problema do país é o "lixo político".

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As manifestações tiveram início no sábado (22) e, de acordo com fontes locais, foram motivadas pela atual crise no sistema de coleta de lixo que atinge algumas regiões do Líbano. "O povo quer a queda do regime", "liberdade", "revolução", "o governo teme o povo, mas este não o governo", são alguns dos lemas escutados nos protestos.

A zona em que os protestos se concentraram fica há poucos metros da praça Riad al-Solh, local onde ficam os principais prédios do governo. Os manifestantes tentaram retirar as cercas arame farpado colocadas diante da sede do governo e do parlamento, cujos acessos foram fechados pelas forças de segurança

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A TV Al-Jazeera afirmou que o grupo responsável pela organização do protesto é chamado de "You Stink" (Você fede, em tradução livre).

"Nossa questão é retomar todos os nossos direitos — eletricidade, água e o lixo queremos que seja retirado das ruas", disse Ahmed Qubaisi, que se descreveu como um ativista com idade na casa dos 20 anos.

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Outra participante nos protestos, Dunia Jodr, clamou contra os políticos, aos quais acusou de "fazer declarações e promessas em vão".

— Se não tomarmos a iniciativa por nós mesmos ninguém nos dará nada. 

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Segundo fontes locais, o Ministério do Interior solicitou que as forças de segurança não utilizassem armas de fogo para conter os manifestantes.

No último sábado, pelo menos 35 pessoas ficaram feridas, segundo um comunicado da polícia.

Entre os feridos há agentes de segurança e também manifestantes, alguns deles em estado grave, acrescentou a nota.

Televisão libanesa mostrou a multidão correndo das bombas de gás
Televisão libanesa mostrou a multidão correndo das bombas de gás Televisão libanesa mostrou a multidão correndo das bombas de gás

Segundo os principais canais de televisão, as forças de segurança utilizaram esses gases, além de canhões de água e bombas de som para dispersar o protestos.

Além disso, as imagens mostraram alguns manifestantes instalando tendas de campanha no centro de Beirute.

Os incidentes começaram uma hora depois do início da concentração nos arredores do parlamento libanês, acrescentaram as televisões.

Milhares de pessoas tinham se congregado de modo pacífico no centro de Beirute onde os acessos ao parlamento e à sede do governo estavam fechados por um cordão policial, segundo pôde constatar a Agência Efe.

Entre os manifestantes, era possível ver famílias com crianças e bebês, além de grupos que tocavam música com cubos de lixo e cantavam slogans contra os dirigentes.

Outros presentes levantavam fotos dos ministros e deputados envolvidos em sacos de lixo com a inscrição "alguns resíduos não são recicláveis".

Fara Warde, que foi à manifestação com seu bebê de quatro meses, disse à Agência Efe que os libaneses estão "cansados desta situação".

"Há milhões de problemas no país sem que os dirigentes movimentem um dedo para resolvê-los, eles têm que sair e deixar que outros tomem o poder. Que futuro terão nossos filhos?", acrescentou Warde.

Yumana, acompanhada de sua filha de dois anos, compartilha da mesma opinião. "Todas as instituições estão paralisadas, não há segurança, nem eletricidade, nem água e a isto se acrescenta o problema do lixo".

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Por isso, a manifestante exigiu a convocação de eleições nas quais devem ser eleitos "só jovens e gente nova" e não "os atuais dirigentes".

No dia 19, outra manifestação similar deixou dois feridos entre os manifestantes. Outro protesto está previsto para a próxima terça-feira (25).

A organização HRW (Human Rights Watch) pediu hoje às autoridades libanesas que abram uma investigação sobre o "uso excessivo da força" no protesto de três dias atrás, e também que assegurem que a polícia não utilizará a violência contra manifestantes pacíficos.

O conflito social dos resíduos começou após o fechamento do despejo de Naame, em 17 de julho, e o fim do contrato com a sociedade Sukleen, encarregada de coletar o lixo.

Isto afeta sobretudo as regiões de Beirute e Monte Líbano, no centro do país, e até agora o governo fracassou em encontrar soluções alternativas devido às divergências entre as forças políticas.

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