Ex-senadora denunciou compra de votos a favor de Iván Duque
Juan Diego López/EFE - 17.7.2019A Comissão de Acusação da Câmara dos Deputados da Colômbia abriu uma investigação preliminar contra o presidente Iván Duque por declarações dadas pela ex-senadora Aída Merlano, presa na Venezuela, segundo as quais políticos compraram votos que o favoreceram para chegar ao cargo.
"Tomamos a decisão de abrir uma investigação após receber a queixa do deputado David Racero, do movimento de oposição Decentes contra Duque", disse o presidente da Comissão de Acusação, John Jairo Cárdenas, aos jornalistas.
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Merlano, que foi condenada a 15 anos de prisão na Colômbia por corrupção eleitoral, fugiu de um consultório odontológico em Bogotá em outubro passado e foi recapturada em 27 de janeiro por agentes da Força de Ação Especial da Polícia Nacional Bolivariana em Maracaibo, na Venezuela.
Em entrevista à revista Semana, a ex-senadora disse que o empresário Julio Gerlein e a família Char, um poderoso clã político do Caribe colombiano, compraram votos para favorecer a eleição de Duque no segundo turno, em junho de 2018. Na ocasião, ele derrotou o candidato de esquerda Gustavo Petro, líder do próprio movimento Decentes, de Racero.
Para a investigação, a primeira a ser aberta contra Duque, os congressistas Edward Rodriguez (Centro Democrático), Andres Calle (Partido Liberal) e Wilmer Leal (Partido Verde) foram nomeados para atuar como investigadores do processo.
"A partir deste momento, eles assumem as funções que a Constituição e a lei lhes conferem para realizar tudo que for pertinente para o desenvolvimento desta investigação", declarou o presidente da Comissão de Investigação.
A comissão, encarregada de investigar aqueles que têm imunidade, é composta por políticos de vários partidos e, embora tenha aberto processos contra vários presidentes ou ex-presidentes, nunca condenou ninguém.
A decisão se baseia em uma queixa apresentada há alguns dias por Racero e procura determinar se as declarações de Merlano têm alguma base de fato. O deputado pede uma investigação para saber se o chefe de Estado é ou não responsável pelos supostos crimes de intimidação de eleitores, fraude eleitoral, corrupção e tráfico de votos.