O presidente da Somália, Mohamed Abdullahi Mohamed, pediu na manhã desta quarta-feira (noite de terça, 27, no Brasil) o retorno ao diálogo e a realização de eleições no país africano que vive o pior episódio de violência política dos últimos anos devido ao prolongamento de seu mandato.
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O presidente se dirigirá ao Parlamento no sábado para "obter sua aprovação para o processo eleitoral" e pede que os atores políticos realizem "discussões urgentes" sobre como a votação deve ser conduzida, segundo seu discurso à nação transmitido pela mídia pública.
“Como já repetimos várias vezes, sempre estivemos dispostos a organizar eleições pacíficas no momento oportuno no país”, declarou o presidente, conhecido pelo apelido de “Farmajo”.
“Mas infelizmente alguns indivíduos e entidades estrangeiras obstruíram nossas iniciativas com o único objetivo de desestabilizar o país e levá-lo de volta à era da divisão e destruição para criar um vácuo constitucional”, acrescentou.
As tensões políticas dispararam desde o fim do mandato de "Farmajo", que terminou em 8 de fevereiro sem a realização de eleições.
Em 12 de abril, o Parlamento votou uma lei que estende seu mandato por dois anos antes das eleições, o que irritou a oposição.
Violência política
O impasse eleitoral degenerou em confrontos armados na noite de domingo, quando combatentes aliados da oposição ergueram barricadas em diferentes bairros de Mogadíscio.
O presidente e os governantes de Puntland e Jubaland, dois dos cinco Estados semiautônomos da Somália, não chegaram a um acordo sobre como organizar as eleições.
Nesta terça-feira, dois estados semiautônomos, Galmudug e Hirshabelle, rejeitaram a prorrogação do mandato presidencial e convocaram eleições.
Aliado de Farmajo, o primeiro-ministro Mohamed Hussein Roble também pediu "a aceleração de eleições livres e justas".