Internacional Presidente do Equador decreta estado de exceção

Presidente do Equador decreta estado de exceção

Guillermo Lasso ordenou a mobilização nas ruas de policiais e militares para combater o narcotráfico

AFP
Guillermo Lasso, presidente do Equador, decreta estado de exceção em todo o país

Guillermo Lasso, presidente do Equador, decreta estado de exceção em todo o país

Rodrigo Buendia/AFP - 01.09.2021

O presidente do Equador, Guillermo Lasso, decretou na última segunda-feira (18) um estado de exceção para todo o país diante do aumento dos índices de criminalidade devido ao narcotráfico, e ordenou a mobilização nas ruas de policiais e militares.

“A partir de agora, nossas Forças Armadas e policiais vão se sentir fortes nas ruas porque estamos decretando um estado de exceção em todo o território nacional”, disse o presidente em discurso transmitido pela emissora estatal EcuadorTV.

Segundo o governo, entre janeiro e outubro deste ano o país registrou quase 1.900 homicídios dolosos (11 por 100 mil habitantes), ante cerca de 1.400 em todo o ano de 2020.

“Nas ruas do Equador só existe um inimigo: o narcotráfico”, disse Lasso, que assumiu o cargo em maio.

A medida, válida por 60 dias, foi adotada devido a uma "grave comoção interna", segundo o decreto.

Também será formada uma comissão com diversos ministérios da área social e de direitos humanos para atuar na prevenção e erradicação da dependência química e na reinserção do usuário de drogas na sociedade.

O governante de direita também decidiu na segunda-feira mudar de ministro da Defesa em meio a uma crise carcerária que deixou cem presos mortos e um "período de insegurança" no país devido ao narcotráfico. O general aposentado Luis Hernández irá substituir Fernando Donoso, ex-comandante da Marinha.

Assassinos e homicídios


O estado de insegurança “não se reflete apenas na quantidade de drogas consumidas em nosso país, mas na quantidade de crimes que hoje estão direta ou indiretamente relacionados à venda de entorpecentes”, disse Lasso, que nesta terça-feira (19) receberá o chefe da diplomacia dos EUA, Antony Blinken, para discutir segurança e tráfico de drogas.

Há duas semanas, membros de grupos criminosos ligados a cartéis no México e na Colômbia, que estão presos e disputando o poder, se enfrentaram em uma penitenciária de Guayaquil (sudoeste), deixando 119 presos mortos no que constitui um dos piores massacres penitenciários da história da América Latina.

Até o momento, em 2021, 238 prisioneiros morreram em vários distúrbios penitenciários no Equador.

Lasso destacou que mais de 70% das mortes violentas que ocorrem na província costeira de Guayas (cuja capital é Guayaquil) estão de alguma forma relacionadas ao tráfico de drogas.

“Quando o tráfico de drogas cresce, aumentam também os assassinos e os homicídios”, além de outros crimes como roubo, disse o presidente.

Perdão

Segundo Lasso, “nos últimos anos o Equador passou de um país do narcotráfico a um país também consumidor de drogas”.

Sua ministra de Governo (Interior), Alexandra Vela, disse há duas semanas que o país sul-americano, localizado entre a Colômbia e o Peru, os maiores produtores mundiais de cocaína, passou de ponto de trânsito a depósito do narcotráfico.

As apreensões de drogas entre janeiro e outubro alcançaram o recorde de 147 toneladas contra 128 toneladas em 2020, segundo dados oficiais.

Lasso observou que, sob o estado de emergência, a polícia e os militares patrulham as ruas 24 horas por dia.

“Daremos às forças de segurança o apoio necessário para realizar sua luta contra o crime”, disse, lembrando que o Executivo criará uma unidade de defesa legal para proteger os agentes processados ​​por “simplesmente cumprirem seu dever”.

“Senhores, membros das forças da ordem, ajam com a coragem que os caracteriza. Este governo vai perdoar todos aqueles que foram injustamente condenados por terem cumprido seu trabalho”, disse o governador.

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