Putin na cerimônia para receber credenciais de embaixadores estrangeiros nomeados para a Rússia
EFE/EPA/Alexey Nikolsky/Spitnik/KremlinO presidente da Rússia, Vladimir Putin, defendeu nesta quarta-feira (5) a volta de "relações normais" com os Estados Unidos ao receber a carta credencial do novo embaixador americano no país, John Sullivan.
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"É muito claro para nós que o retorno a relações bilaterais normais e construtivas é do interesse não só da Rússia e dos EUA, mas de todo o mundo", disse o governante em discurso transmitido ao vivo pela televisão.
Putin ressaltou que o estado das relações entre Moscou e Washington "depende, em grande parte, da paz e da segurança no planeta".
"A Rússia está pronta para iniciar um diálogo substancial com a parte americana, inclusive nos âmbitos de controle de armas, estabilidade estratégica e questões relacionadas com a luta contra o terrorismo e a resolução pacífica de crises regionais", explicou.
O mandatário russo disse estar "convicto" de que a cooperação entre os dois países precisa se basear "na igualdade, no respeito à soberania e na não interferência em assuntos internos".
Sullivan, 60 anos e secretário de Estado em exercício de março a abril de 2018, substitui John Huntsman, que deixou a delegação diplomática americana em outubro do ano passado.
Como subsecretário de Estado dos EUA, de 2017 a 2019, Sullivan liderou o grupo que discutiu com Moscou questões de "segurança estratégica e luta contra o terrorismo".
Ao receber as cartas credenciais de outros embaixadores, Putin também advertiu que o mundo está enfrentando uma perigosa encruzilhada devido ao agravamento dos conflitos regionais, à crescente ameaça do terrorismo e à destruição do sistema de controle de armas.
Por esta razão, disse que a Rússia continuará a defender o acordo nuclear com o Irã, pacto que foi abandonado pela Casa Branca.
"Consideramos este acordo internacional de importância crítica para a estabilidade global e regional", enfatizou, ao expressar ao novo embaixador iraniano a intenção da Rússia de reforçar a cooperação na luta contra o terrorismo internacional e a favor da regulação na Síria.
Putin também revelou a vontade de melhorar as relações com o Reino Unido, dizendo que o nível atual "dificilmente" pode satisfazer ambos os lados.