Estátuas de Leopoldo II são alvo de protestos na Bélgica
Francois Lenoir/Reuters - 10.6.2020O rei Phillipe da Bélgica enviou seus "mais profundos sentimentos" ao presidente da República Democrática do Congo pelo "sofrimento e humilhação" impostos por seu país na colonização da região.
Apesar de ser a primeira vez na qual um governante expressou remorso formalmente pelos acontecimentos do período colonial, o rei não pediu perdão pelos reconhecidos abusos cometidos pelo governo belga quando controlava a região conhecida apenas como Congo no século XIX.
O monarca se expressou através de uma carta ao presidente Félix Tshisekedi no sexagésimo aniversário da independência do país africano.
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Na carta, o rei admite que "para fortalecer futuramente nossos laços e desenvolver uma amizade ainda mais frutífera, nós devemos ser capazes de conversar sobre nossa longa história com toda a sinceridade e veracidade".
Protestos belgas contra o racismo nas últimas semanas tiveram como alvo as estátuas do rei Leopoldo II, governante durante o período colonial, do qual Phillipe é descendente.
Leopoldo II governou o Congo, na época uma colônia, entre 1885 e 1908. Historiadores estimam a morte de 10 milhões de pessoas durante esse período, o qual contou com exploração de trabalho e brutalidade contra a população.