Alguns locais públicos ainda exigem uso de máscaras no Reino Unido
Andy Rain / EFE - EPA - 15.6.2021O recém-nomeado ministro da Saúde do Reino Unido, Sajid Javid, afirmou nesta segunda-feira (28), em sua primeira declaração perante o parlamento britânico, que mantém o plano de eliminar todas as restrições contra a pandemia no dia 19 de julho, apesar de hoje ter sido registrado o maior número de infecções um só dia desde o último mês de janeiro.
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"Não vemos razão para ir além de 19 de julho. Porque, para ser honesto, nenhuma data que escolhermos estará associada a um risco zero para a covid-19. Sabemos que não podemos eliminá-la; devemos aprender a conviver com isso", disse Javid, que substituiu no cargo Matt Hancock, forçado a renunciar após violar as medidas de restrições sociais contra a pandemia.
O novo ministro admitiu que o avanço das infecções, impulsionado pela expansão da variante Delta do vírus, está provocando "um aumento das hospitalizações", embora tenha garantido que este aumento está "em linha" com os números que o Executivo antecipava.
Nesta segunda-feira, foram registradas 22.868 novas infecções, o maior número desde 30 de janeiro. Nos últimos sete dias, foram contabilizados 116.287 casos, 69,9% a mais que nos sete dias anteriores; assim como 122 mortes, 64,9% a mais, e 1.557 internações, um aumento de 10,3%.
"Embora os casos estejam aumentando, o número de mortes continua bastante baixo e continuaremos investigando como nossas vacinas estão quebrando a ligação entre casos, hospitalizações e mortes", detalhou o ministro da Saúde britânico.
Javid destacou ainda que 61,9% da população adulta já completou o esquema de vacinação, enquanto 84,4% já recebeu pelo menos a primeira dose.
"Nossas vacinas estão funcionando. Também contra a variante Delta", ressaltou o ministro, que estima que a imunização salvou 27.000 vidas no Reino Unido até agora e evitou mais de sete milhões de infecções.
No entanto, alertou para o perigo da variante Delta, que já representa 95% das infecções no país: "Além de ser transmitida mais facilmente, as evidências sugerem que causa um risco maior de que quem não foi vacinado precise de tratamento hospitalar".
A meta do governo é que no dia 19 de julho, quando se prevê a última e definitiva medida de reabertura, dois terços da população adulta já tenham duas doses de uma vacina.
"Diante dos sacrifícios que os britânicos fizeram, devemos restaurar suas liberdades o mais rápido possível e não podemos esperar um momento a mais do que o necessário", justificou Javid à Câmara dos Comuns.
"Minha tarefa é contribuir para a recuperação da vida econômica e cultural que faz deste um grande país, enquanto, é claro, protegemos vidas e mantemos nosso sistema de saúde pública", concluiu.