O chefe de operações do teleférico que caiu no norte da Itália no último dia 23 de maio, matando 14 pessoas, reconheceu nesta sexta-feira (28) que desativou o sistema de trava de emergência para resolver uma anomalia, mas não pensou que um cabo pudesse se partir e causar um acidente.
A informação foi confirmada nesta sexta-feira (28) por seu advogado, Marcello Perillo, que explicou em declarações à imprensa italiana que Gabriele Tadini não estava consciente do risco real dessa decisão.
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Tadini está preso desde quarta-feira, quando foi detido junto com o proprietário e o diretor da empresa Ferrovie del Mottarone, que gere o teleférico; os três acusados de múltiplos homicídios intencionais, desastre por negligência e remoção de ferramentas para evitar acidentes de trabalho.
Hoje, Tadini se encontrou com seu advogado, que amanhã irá pedir ao juiz que cuida do caso que seu cliente possa cumprir a detenção em casa.
O Ministério Público e a polícia têm ouvido desde terça-feira passada os depoimentos de todos os funcionários do teleférico que liga as cidades de Stresa e Mottarone, na região de Piemonte.
A procuradora-geral de Verbania, Olimpia Bossi, que lidera as investigações, afirmou na quarta-feira que "os três detidos tinham conhecimento da falha do sistema de trava de segurança há semanas".
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"Ele nem sequer pensou remotamente que isso pudesse acontecer", disse Perillo hoje, enquanto ressaltava que Tadini está "arrependido".
Eitan Biran, de cinco anos de idade, o único sobrevivente do acidente que matou seus pais, seu irmão e dois dos seus bisavós, permanece hospitalizado, com um prognóstico reservado, embora tenha voltado a falar, depois de acordar do coma induzido.