Rússia x Ucrânia

Internacional Rússia é acusada na ONU de provocar 'crise alimentar mundial'

Rússia é acusada na ONU de provocar 'crise alimentar mundial'

Ucranianos e russos são grandes exportadores de grãos e fertilizantes, vitais para a alimentação e o plantio de parte dos países

AFP
Reunião do Conselho de Segurança da ONU para discutir a crise alimentar

Reunião do Conselho de Segurança da ONU para discutir a crise alimentar

Spencer Platt/Getty Images North America/Getty Images via AFP - 29.03.2022

A Rússia foi acusada nesta terça-feira (29) na ONU de causar uma "crise alimentar mundial" que poderia levar a uma situação de "fome" ao atacar a Ucrânia e desencadear uma guerra entre duas potências produtoras de grãos.

"O presidente russo, Vladimir Putin, começou esta guerra. Ele criou esta crise alimentar mundial, e é ele quem pode pará-la", disse Wendy Sherman, a número dois da diplomacia dos Estados Unidos, ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Em uma sessão dedicada à situação humanitária na Ucrânia, Sherman afirmou que "somente a Rússia e o presidente Putin têm a responsabilidade pela guerra na Ucrânia e pelas consequências dessa guerra na segurança alimentar mundial".

O embaixador da França na ONU, Nicolas de Rivière, argumentou que "a agressão da Rússia contra a Ucrânia aumenta o risco de fome no mundo".

A secretária-geral-adjunta da ONU para assuntos humanitários, Joyce Msuya, advertiu que o conflito “ameaça piorar ainda mais as coisas nas maiores crises humanitárias do planeta, como as do Afeganistão, Iêmen e Chifre da África”.

“Esses países já estão lutando contra a insegurança alimentar, a fragilidade de suas economias, o aumento do preço dos combustíveis, dos fertilizantes, que afetarão severamente campanhas atuais e futuras”, alertou.

Sherman e o diretor do PAM (Programa Alimentar Mundial), David Beasley, lembraram que a Ucrânia e a Rússia estão entre os "maiores produtores" de grãos. Elas representam "30% das exportações mundiais de trigo, 20% do milho mundial e 75% do óleo de girassol".

Quase "50% dos grãos que compramos vêm da Ucrânia, e alimentamos 125 milhões de pessoas" antes da guerra, disse Beasley. Ele advertiu que o impacto pode ser “devastador” para as operações do PAM.

A União Europeia anunciou na sexta-feira (25) uma iniciativa para aliviar a escassez de alimentos causada pela guerra. O bloco e os EUA querem um compromisso multilateral contra as restrições às exportações de matérias-primas agrícolas.

O risco de fome é temido devido à falta de grãos no Oriente Médio e no norte da África. Egito, Turquia, Bangladesh e Nigéria, países muito populosos, são os principais importadores de grãos da Rússia e da Ucrânia.

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