Joe Biden comemorou a aprovação do pacote
Samuel Corum/AFPDepois de horas de debates, negociações e uma maratona de votação, o Senado dos Estados Unidos aprovou, neste sábado (6), o plano de US$ 1,9 trilhão promovido pelo presidente Joe Biden para reativar a primeira economia mundial, duramente afetada pelo coronavírus.
O projeto foi aprovado com os votos dos senadores democratas, por 50 a 49.
O texto retornará na próxima semana à Câmara de Representantes, onde os democratas têm maioria e devem passá-lo rapidamente para que Biden possa sancioná-lo antes do dia 14 de março, data em que terminam os auxílios do pacote de ajuda anterior.
"Esta lei fornecerá mais ajuda a mais pessoas do que qualquer coisa que o governo federal tenha feito em décadas", disse o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, pouco antes da votação final.
Nunca antes o Congresso gastou tanto dinheiro "de forma tão inconsistente ou após um processo tão flexível", reagiu o líder da minoria republicana, Mitch McConnell.
O pacote de ajuda de Biden fornece, entre outros, cheques de US$ 1.400 para milhões de americanos e US$ 350 bilhões em ajudas a estados e municípios.
Bilhões também irão para o combate à pandemia, incluindo US$ 49 bilhões para promover diagnósticos e encorajar pesquisas, e mais de US$ 14 bilhões para aumentar o ritmo de vacinação.
O exame do texto havia começado pela leitura, forçada por um republicano, das 628 páginas do projeto de lei por quase 11 horas, até a madrugada de quinta para sexta-feira.
Então, na sexta, o processo foi interrompido repentinamente devido à oposição de um senador democrata moderado a um dispositivo-chave desse gigantesco plano de ajuda.
Um desafio ao chefe democrata e à Casa Branca, que apoiou publicamente essa emenda sobre o auxílios ao desemprego. Por fim, chegaram a um acordo durante a tarde, reduzindo a duração do auxílio.
Depois de aprovado, o plano retornará à Câmara dos Representantes, controlada pelos democratas, para uma votação final, antes de ser promulgado pelo presidente.
Na sexta-feira, Biden insistiu na urgência de sua aprovação, moderando o entusiasmo gerado pelos bons resultados nos números do emprego.
É um "dispositivo absolutamente essencial para reverter a situação, levar as crianças de volta à escola em total segurança, fornecer uma tábua de salvação para as pequenas empresas e derrotar a covid-19", disse Biden.
Em fevereiro, foram criados 379 mil empregos e a taxa de desemprego caiu ligeiramente para 6,2%.
Mas, "nesse ritmo, levará dois anos" para retornar ao nível pré-pandêmico, advertiu o presidente.
No momento, 18 milhões de americanos recebem algum benefício depois de perder o emprego ou grande parte de sua renda mensal.
As novas contratações em fevereiro foram registradas principalmente em bares e restaurantes, duramente atingidos pelas restrições implementadas na pandemia.
Outras atividades relacionadas ao lazer e hospedagem, bem como serviços de saúde, vendas no varejo e indústria de transformação também registraram novas contratações no mês passado.
Esses números sugerem que o pior da crise já passou e que os empresários parecem estar focados no "miniboom" econômico que está previsto para a primavera boreal.
A campanha de vacinação está avançando e uma ajuda pública massiva - além de gastos em queda - injeta dinheiro nas contas bancárias dos americanos, o que aponta para um aumento significativo no consumo.
De acordo com Biden, os números positivos do emprego são certamente o produto do plano de incentivo de US$ 900 bilhões aprovado no final de dezembro e implementado por seu antecessor Donald Trump.
Mas sem novas ajudas "tudo voltará a desacelerar", disse o presidente. "Você não pode dar um passo para frente e dois para trás", acrescentou.
Seu plano de US$ 1,9 trilhão é o terceiro pacote de ajuda excepcional aprovado pelo Congresso desde o início da pandemia.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, comemorou neste sábado (6) a aprovação no Senado do pacote de estímulo de US$ 1,9 trilhão, do qual o país "precisa desesperadamente", segundo ele, para sair da crise provocada pela pandemia do coronavírus.
"Demos um passo gigante" para acudir os americanos, afirmou na Casa Branca Biden, que fez deste plano de estímulo maciço uma de suas promessas de campanha.