O senador boliviano Roger Pinto, asilado há mais de um ano na Embaixada Brasileira em La Paz, está no Brasil, confirmou neste sábado à AFP o deputado Tomás Monasterio, um de seus correligionários.
— Recebemos a notícia de que o senador Pinto está neste momento no território brasileiro. Podemos confirmar isto.
Monasterio comentou ainda sobre o respeito aos tratados internacionais.
— Queremos manifestar nossa profunda alegria por esta notícia ao entender que não é apenas um tema humanitário, mas um princípio fundamental de respeito aos tratados internacionais e ao asilo político.
Segundo ele, Roger Pinto "saiu por terra" e dará maiores detalhes da viagem em entrevista coletiva no Brasil.
Monasterio lamentou "as declarações do governo, por meio de diversas fontes, de que o senador Pinto escapou do país".
— Ele não fugiu, recorreu à figura do asilo político, sob um controle minucioso do governo brasileiro.
A deputada opositora Norma Piérola já havia informado a saída de Roger Pinto da Bolívia.
— Uma pessoa de confiança me disse que Pinto está no Brasil.
Segundo Piérola, Pinto saiu da Bolívia "entre a sexta-feira e a madrugada de sábado".
Consultada sobre o caso, a ministra boliviana da Comunicação, Amanda Dávila, se pronunciou.
— Oficialmente, e até que o Brasil informe o contrário por via diplomática, o senador Pinto está na Embaixada do Brasil na Bolívia, porque o governo boliviano não concedeu qualquer salvo-conduto para o senador, para viajar ao Brasil ou a qualquer outro país.
Dávila assinalou que, se Pinto não está na Bolívia, é foragido.
— Se ele já não está mais na Bolívia, seu status mudou de refugiado para foragido da Justiça, sujeito à extradição.
O senador Pinto, 53 anos, pediu asilo na Embaixada do Brasil no dia 28 de maio de 2012, alegando perseguição política após apresentar denúncias de corrupção contra o governo do presidente Evo Morales.
O que acontece no mundo passa por aqui
O Brasil concedeu asilo político a Pinto, mas o governo boliviano negou o salvo-conduto para a saída do senador do país.
Em junho passado, Pinto foi condenado a um ano de prisão por danos econômicos ao Estado boliviano.