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Senador boliviano que fugiu para o Brasil em 2013 depõe e advogado espera resposta a pedido de refúgio

Roger Pinto Molina se diz perseguido pelo governo de Evo Morales

Internacional|

Roger Pinto responde perante a Justiça boliviana em cinco julgamentos por corrupção
Roger Pinto responde perante a Justiça boliviana em cinco julgamentos por corrupção Roger Pinto responde perante a Justiça boliviana em cinco julgamentos por corrupção

O senador opositor boliviano Roger Pinto Molina depôs nesta quinta-feira (6) perante as autoridades brasileiras, que ficaram a um passo de decidir sobre o pedido de refúgio que apresentou em agosto de 2013, quando chegou ao país em meio a um conflito diplomático entre La Paz e Brasília.

Roger Pinto prestou depoimento no Conare (Comitê Nacional de Refugiados), que depende do Ministério da Justiça e que completou com esse trâmite o último passo do processo para decidir se a solicitação de refúgio procede ou não.

O advogado de Roger Pinto, Fernando Tiburcio, lamentou em declarações à Agência Efe que a audiência de hoje tenha sido realizada "quase um ano e meio" depois que o senador chegou ao Brasil, após ter permanecido asilado na embaixada brasileira em La Paz durante 15 meses.

O senador boliviano, que se diz perseguido pelo governo de Evo Morales, se asilou na embaixada em 28 de maio de 2012 e, com ajuda diplomática brasileira, a abandonou e se dirigiu ao Brasil em 23 de agosto do ano passado, sem o necessário salvo-conduto.

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Desde então espera por uma resposta ao pedido de refúgio, que segundo afirmou Tiburcio foi postergada por "interesses políticos" que pretendiam que fosse dada depois das eleições que reelegeram a presidente Dilma Rousseff.

"Temíamos que o caso só seria analisado após as eleições e assim foi", comentou Tiburcio à Efe.

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O advogado acrescentou que "não tem nenhum sentido ter esperado tanto" e manifestou sua "preocupação" pelo tempo que o Conare levará agora para analisar o depoimento do senador.

Tiburcio disse que tinha informações que a decisão poderia ser tomada na próxima semana, mas esclareceu que o Conare não confirmou esse prazo.

Mesmo assim, expressou seu temor que, por "pressões políticas", se decida em um prazo que não permita aos membros desse organismo estudar com a necessário atenção um caso que, em sua opinião, está sendo "politizado".

"Me preocupa muito que certas instituições do Estado brasileiro se transformem em instituições 'bolivarianas'", criticou Tiburcio, em uma alusão às estreitas relações que existem entre os governos de Brasil e Bolívia.

A saída de Roger Pinto da embaixada brasileira em La Paz, que a Bolívia considerou uma "fuga", gerou um conflito diplomático entre os países, que ambos governos já deram por superado, e provocou a renúncia do então ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.

Roger Pinto responde perante a Justiça boliviana em cinco julgamentos por corrupção e em um deles já foi condenado a um ano de prisão, razões nas quais se baseava o governo Morales para negar-lhe o salvo-conduto necessário para abandonar a embaixada.

No ano passado, o governo boliviano entregou ao Conare uma série de documentos sobre os processos nos quais o senador responde em seu país.

No Brasil também se encontra à espera de refúgio o ex-promotor boliviano Marcelo Soza, envolvido em violentos incidentes ocorridos em abril de 2009 na cidade de Santa Cruz de la Sierra.

Soza também esteve hoje no Conare, mas, segundo seus advogados, apenas para consultar o estado de seu processo, iniciado em março deste ano, quando chegou ao Brasil.

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