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Talibã cria comitê visando reabrir escolas para meninas no Afeganistão

Colégios para meninas entre 12 e 18 anos foram fechados desde que o governo fundamentalista chegou ao poder 

Internacional|

Mulheres afegãs participam de um protesto em frente ao Ministério da Educação, em Cabul
Mulheres afegãs participam de um protesto em frente ao Ministério da Educação, em Cabul Mulheres afegãs participam de um protesto em frente ao Ministério da Educação, em Cabul

O governo talibã formou nesta quinta-feira (26) uma comissão para a reabertura das escolas secundárias para meninas no Afeganistão, uma decisão que coincide com o fim da visita ao país do relator especial da ONU Richard Bennett, que lamentou a deterioração dos direitos humanos no país asiático.

"O comitê de nove membros foi formado para reabrir as escolas secundárias no Afeganistão e já começou a trabalhar", disseram fontes oficiais do governo talibã à Agência Efe, sob condição de anonimato.

"O comitê é liderado por Abdul Hakim Haqqani, juiz supremo, e tem membros de diferentes organizações", acrescentou uma das fontes.

As escolas secundárias para meninas entre 12 e 18 anos foram fechadas desde que o Talibã chegou ao poder, em 15 de agosto do ano passado, enquanto o acesso de estudantes do sexo feminino à escola primária sempre foi permitido.

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Sua reabertura sempre foi uma das principais exigências da comunidade internacional para reconhecer o governo dos fundamentalistas.

O Talibã anunciou que permitiria que as adolescentes voltassem às aulas em 23 de março, o primeiro dia do ano letivo no Afeganistão após as férias de inverno, ainda que em escolas segregadas em função de gênero e com aulas ministradas apenas por professoras.

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No entanto, a alegria das meninas transformou-se em frustração nesse mesmo dia, quando muitas chegaram às portas das escolas e receberam a notícia de que o governo tinha decidido manter o fechamento das escolas secundárias por falta de adaptação de sua educação à lei islâmica, ou sharia.

A nomeação da atual comissão coincide com a conclusão da primeira viagem oficial ao país asiático do relator especial da ONU para a situação dos direitos humanos no Afeganistão, Richard Bennett.

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Bennett chegou ao país no último dia 15 e, depois de se reunir com altos funcionários do governo interino dos talibãs, manifestou particular preocupação com a situação das mulheres.

A denúncia foi feita por ele nesta quinta-feira, durante entrevista coletiva antes de terminar a visita, na qual expressou sua "séria preocupação com a deterioração dos direitos humanos no país", garantindo que a supressão das mulheres da vida pública "é particularmente preocupante".

Os talibãs chegaram ao poder com uma série de promessas de mudança, mas em quase um ano impuseram uma infinidade de limitações, que vão desde a imposição da burca até o fechamento de escolas para alunas do ensino médio, passando pela limitação do acesso a empregos.

Nesse sentido, Bennett afirmou que essas restrições "se enquadram no padrão de segregação absoluta por gênero e buscam invisibilizar as mulheres".

Durante sua primeira permanência no poder, entre 1996 e 2001, os fundamentalistas seguiram uma interpretação rígida do Islã que os levou a proibir a frequência feminina nas escolas e a confinar as mulheres em casa.

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