Maduro (d) concede entrevista para falar sobre a tentativa de invasão
Palácio de Miraflores / Divulgação via EFE - 8.5.2020A Venezuela vai solicitar a extradição de dois assessores do líder da oposição Juan Guaidó, acusado de assinar um acordo com uma empresa de segurança para invadir o país, assim como o representante da companhia, todos residentes nos Estados Unidos, afirmou nesta sexta-feira (8) o procurador geral, Tarek Saab.
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"Pediremos sua inclusão no sistema de circular vermelha da Interpol (...), pediremos sua extradição para território venezuelano", disse Saab sobre os venezuelanos Sergio Vergara e Juan José Rendón e o americano Jordan Goudreau, representante da empresa de segurança Silvercorp.
A circular vermelha é uma ordem internacional utilizada pela Interpol para solicitar a detenção preventiva com vistas à extradição.
As autoridades venezuelanas frustraram no último domingo uma primeira incursão marítima no estado de La Guaira, perto de Caracas, que resultou na morte de oito supostos invasores e na prisão de dois.
Um dia depois, outros 13 foram capturados no estado de Aragua, incluindo os ex-militares norte-americanos Luke Denman e Airan Berry, supostamente funcionários da Silvercorp.
Saab disse nesta sexta-feira que o número de detentos subiu para 31 com as últimas prisões após operações em cinco estados, incluindo Caracas.
A procuradoria acusará os cidadãos venezuelanos envolvidos nas tentativas de invasão pelos crimes de "rebelião, tráfico ilegal de armas de guerra, financiamento do terrorismo e associação para cometer crimes".
Denman, Berry e Goudreau serão acusados de "terrorismo, conspiração, tráfico ilícito de armas de guerra e associação para cometer crimes".
Saab também disse que a procuradoria vai solicitar 22 novos mandados de prisão, mas não citou o líder da oposição Juan Guaidó, que de acordo com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, estaria por trás da suposta invasão que teria o objetivo de matá-lo.
Guaidó, que é o presidente do Parlamento e reconhecido como presidente interino do país por 50 países, tem permanecido em silêncio desde que Rendón revelou na terça-feira que assinou um contrato de intenções com a Silvercorp, embora não tenha dado sinal verde à empresa de segurança para avançar com ações na Venezuela.
Maduro apontou também Colômbia e Estados Unidos por participarem do planejamento das tentativas de invasão, o que foi negado pelos dois países.
"Se alguma vez fizéssemos algo com a Venezuela, não seria assim. Seria um pouco diferente. Seria chamado de invasão", disse Trump em entrevista à rede de televisão "Fox News", negando mais uma vez qualquer envolvimento com os ataques.