Resumindo a Notícia
- Presidente da Rússia, Vladimir Putin, admitiu que o país sofre com a escassez de remédios
- Com menor opção de medicamentos, preços em farmácias dispararam
- Produção de medicamentos próprios aumentou 15% no país entre 2021 e 2022
- Remédios não sofreram sanções, mas setor sente indiretamente as barreiras internacionais
Presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante reunião com membros do governo
Mikhael Klimenteyev/Sputnik/Kremlin/EFE/EPA - 24.1.2023O presidente da Rússia, Vladimir Putin, admitiu nesta terça-feira (24) a escassez de certos medicamentos nas farmácias russas, assim como o aumento dos preços, apesar de o país estar produzindo mais remédios próprios.
"Os preços no nosso país cresceram ultimamente e houve certa escassez de alguns medicamentos, apesar de estarmos vivenciando um aumento da produção de produtos farmacêuticos", disse o chefe do Kremlin em uma reunião por teleconferência com membros do governo.
Nesse sentido, garantiu que 60% do mercado farmacêutico “já são medicamentos nacionais”, com base no resultado de um controle aleatório em redes de varejo e farmácias.
O presidente russo sustentou ainda que a Rússia não proíbe a importação de medicamentos e que trabalha com fabricantes estrangeiros, dos quais "muitos continuam esta cooperação como de costume".
“Mas alguns deles suspenderam a pesquisa, como vemos, e por isso é muito importante aumentar os nossos próprios esforços”, salientou.
As sanções ocidentais excluem medicamentos e equipamentos médicos, mas a chegada à Rússia é dificultada por barreiras em transporte, seguros e bancos.
O chefe do comitê executivo do movimento pró-governo Frente Popular, Mikhail Kuznetsov, disse que recebe denúncias constantes sobre a impossibilidade de comprar medicamentos que exigem receita, como os antibióticos de marca estrangeira Amoxiclav e Suprax, o antitérmico Nurofen e medicamentos oncológicos como o Tamoxifeno.
O ministro da Saúde da Rússia, Mikhail Murashko, explicou a Putin que os preços da lista de medicamentos vitais e essenciais aumentaram 1,9% em 2022, enquanto os de outros medicamentos subiram 10%, abaixo da taxa de inflação, 11,94%.
Murashko destacou ainda que a produção russa de remédios aumentou mais de 15% em relação a 2021, conforme indicou o ministro da Indústria e Comércio, Denis Manturov.