Eleitores de Wisconsin podem votar antecipado sem nem descer do carro
Bing Guan / Reuters - 23.10.2020Até a manhã desta segunda-feira (26) mais de 60 milhões de eleitores norte-americanos já tinham depositado seus votos para a eleição presidencial dos EUA, que acontece no próximo dia 3 de novembro. O número supera com folga a votação antecipada de 2016, a oito dias da eleição e abriu a possibilidade de um alto comparecimento do eleitorado.
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Com o voto facultativo, o maior índice de participação do eleitor nas votações norte-americanas sempre ficou entre 50 e 60% do eleitorado. Em 2016, exatos 55% dos cidadãos que tinham direito a votar compareceram, um total de 136 milhões. Desses, 47 milhões (34,4%) participaram por votação antecipada.
Segundo Michael McDonald, que coordena o US Election Project, da Univeridade da Flórida, a eleição pode estabelecer um novo recorde de comparecimento. O índice mais alto na era moderna foi registrado na eleição de 1960, vencida por John Kennedy, que teve participação de 62,8% do eleitorado.
Houve índices mais altos entre o século 18 e a primeira metade do século 20, mas para populações e eleitorados muito menores.
O alto número de votos entregues antecipadamente, seja pelo correio ou postos de coleta pode indicar problemas para o presidente Donald Trump, que tenta a reeleição contra o ex-vice-presidente Joe Biden.
Em primeiro lugar, porque indica um forte comparecimento de eleitores democratas às urnas. Entre os estados em que a filiação partidária pode ser indicada no registro, eles representam 48,9% dos que já votaram, contra 28% dos republicanos. Não-afiliados e eleitores de partidos menores são 23%.
Além disso, o fato de todos esses votos já terem sido entregues representa que uma parte considerável do eleitorado fez sua decisão e isso não poderá mais ser mudado até o dia da eleição.
Os votos antecipados só serão abertos e computados ao fim da votação, no dia 3.
Uma das esperanças de Trump, que está atrás nas pesquisas, seria um bom desempenho no debate da última quinta-feira, mas as primeiras avaliações são de que menos pessoas assistiram o programa.
De acordo com os levantamentos, a maneira como Trump lidou com a pandemia do novo coronavírus, além das consequências econômicas, é um dos principais motivos para sua queda nas intenções de voto.