O pouco amparo tecnológico é um dos principais desafios para o ensino híbrido
Lorena - NotíciasO levantamento apresentado no documento dessa Associação de dados defende que a ideia de que as aulas híbridas seriam mais ativas e que promoveriam a autonomia dos estudantes é apenas uma falácia. Isso seria resultado principalmente de uma infraestrutura precária nas escolas brasileiras.
A pandemia do COVID 19 impactou fortemente a educação, sendo necessário tomar inúmeras ações para combatê-la, como o isolamento social e as aulas on-line. Agora, muito se discute sobre a implantação de um ensino híbrido no Brasil e a maior dificuldade desse processo é a falta de tecnologia que está presente em grande parte dos lares.
Uma pesquisa feita pela UNDIME (União Nacional dos Dirigentes Municipais de educação) e pelo CONSED (Conselho Nacional de Secretários de Educação) foi identificado que 43% dos alunos que têm acesso a internet utilizam o celular dos pais para assistir as aulas, o que nem sempre é possível por conta da rotina e trabalho dos adultos responsáveis.
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Lorena - NotíciasIlustração sobre o ensino híbrido. (Foto: Freepik/vector juice)
A mudança repentina na forma de se relacionar e a falta de tecnologia disponível também fazem diferença na saúde mental dos alunos. Para a psicóloga Carolina Gutters, algumas crianças passaram a ter comportamentos diferentes depois da pandemia, quando retornaram à escola parcialmente: "A gente consegue observar mais dificuldade de atenção, concentração, mais isolamento, mais intolerância com os colegas, agressividade. Mais sintomas ansiosos no geral. A pandemia acabou potencializando alguns medos que já eram naturais, como medo de socialização, medo de ficar longe das figuras de segurança, como os pais por exemplo, o medo do que pode acontecer no futuro."
Além disso, também existe o desafio por parte dos professores, que terão que criar uma nova metodologia para estar atento a quem está assistindo a aula de forma remota e aos que estão presentes em sala de aula. Em entrevista à rádio CNN, Rodrigo Barbosa, um dos autores do estudo, afirma que a forma como os docentes aplicam o ensino híbrido é extremamente importante: “A formação dos professores ainda não é feita com a presença da tecnologia, o que faz com que a aula online seja uma reprodução de um ensinamento tradicional em sala de aula. Trabalhar com tecnologia na educação é muito mais do que isso”, disse.
Foto de capa: Menino estudando usando um computador. (Foto: site escolas disruptivas)