O secretário de Saúde de Belo Horizonte, Jackson Machado, informou, nesta terça-feira (21), que a capital mineira ainda não tem dados para confirmar a existência de um surto de gripe causada pela variante H3N2 do vírus influenza, mas não descarta a possibilidade.
"Ela certamente virá. Ainda não temos um consolidado de dados, mas certamente pelo menos as crianças estão adoecendo mais", afirma.
A declaração foi dada durante uma coletiva para chamar atenção para o aumento da demanda de pacientes com problemas respiratórios nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento).
De acordo com a prefeitura, até o dia 14 de dezembro haviam sido realizados 100 mil atendimentos por doenças respiratórias a mais que o registrado em todo o ano passado. Machado orienta que as pessoas só procurem as UPAs se estiverem com sintomas graves, como falta de ar.
"Quem tem sintomas leves, entre as 7h e as 19h, pode procurar um centro de saúde. Eles são capacitados para excluir o diagnóstico de Covid-19 e iniciar outro tratamento", explica o secretário.
Outra questão que pode impactar os atendimentos nas UPAs é a falta de médicos. Segundo o secretário, BH tem atualmente um déficit de 636 médicos e nenhum currículo cadastrado. Ele informou que um concurso público já foi realizado e vai ser homologado em janeiro.
O que é a H2N3
Assim como o H1N1, o H3N2 é um subtipo de influenza vírus A. O vírus não é novo, mas começou a circular com mais intensidade no Hemisfério Norte nos últimos meses, o que levou a OMS (Organização Mundial da Saúde) a incluí-lo, em setembro, nas recomendações para atualização das vacinas contra influenza para 2022 no Hemisfério Sul. Entre os sintomas causados, estão quadro agudo de mal-estar, febre alta e prostração.
Diante do risco de um surto de gripe causado pelo H3N2, o secretário Jackson Machado chamou a atenção da população para a necessidade de procurar pela vacina contra a influenza.
"Temos visto um aumento de casos. A cobertura vacinal está relativamente baixa, em 75%. Para outras doenças, temos o percentual em 90%. Nos anos anteriores, já foi próxima de 100%", destaca.