Foi enterrado em Igarapé, na região metropolitana de Belo Horizonte, nesta quinta-feira (15), o corpo da jovem de 26 anos morta a facadas pelo irmão na casa onde morava com os dois filhos, também na cidade da Grande BH.
O corpo de Dayene Kectelle foi velado no cemitério municipal da cidade. A jovem estava grávida de quatro meses. Durante o velório, o pai da jovem recebeu o apoio de familiares e amigos.
Vitória Castro, irmã de Dayene, conta que todos os familiares estão muito abalados com o crime que chocou Igarapé.
— A gente está sem chão e em choque. Foi tudo tão derrepente, um baque enorme.
Vitória ainda não sabe como vai ser daqui pra frente e está preocupada com os sobrinhos.
— O de 11 anos vai ficar com o pai. Ele está muito conturbado. O de 5 anos vai ficar com minha madrinha pois ele não entende muito. Ele acha que a mãe dele ta no hospital. A gente vai contar mais para frente.
Segundo a irmã, Dayenne era uma pessoa que gostava de ajudar a família. Na véspera do crime, tinha deixado o irmão dormir na casa dela. No dia em que foi morta, fez até almoço para ele.
— Ela era tranquila, não brigava com ninguém. Ela sempre tentava ajudar as pessoas e ele [suspeito] precisou de uma casa para ficar. Ele ficou um dia lá e fez essa barbaridade.
Relembre o caso
O suspeito de 27 anos atacou Dayenne com uma faca, na tarde desta quinta-feira (14). Depois, ele manteve os dois sobrinhos, filhos de Dayanne, reféns, um menino de 4 anos e uma menina de 11.
Imagens feitas durante o sequestro mostraram o homem aparecendo na janela com uma faca apontada para o pescoço de umas das crianças. Depois ele pega o menino e coloca no parapeito.
A área foi cercada pela PM (Polícia Militar). Depois de uma longa e tensa negociação que durou quase 4 horas e envolveu equipes da PM, Polícia Civil e do Bope, o menino foi o primeiro a ser libertado. Duas horas depois, o homem libertou a sobrinha e se entregou a polícia.
— A negociação foi muito tensa. A todo momento ele colocava um dos garotos na janela e a gente tinha que ter muito cuidado para conversar com ele. O suspeito estava muito agitado e gritando que a irmã teria colocado drogas na bebida dele.
Ainda de acordo com familiares, Deiberth era usuário de drogas e chegou a ser internado. Ele estava desempregado e morava perto da casa da irmã.
— Ele tem um histórico muito conturbado com drogas. Ele já foi preso, já foi reabilitado, mas não teve jeito.
Segundo a Polícia Militar, o homem já foi detido outras vezes por ameaça, lesão corporal, desobediência e uso e consumo de drogas.
— Aparentemente ele estava em surto psicótico, mas a gente não sabe se foi de fato e isso gerou muita tensão. Tudo que a gente falava com ele, o suspeito contestava. Não apresentava uma reação.
Victoria conta que a família queria alertar Dayenne sobre a presença Deyberth na casa dela, mas não deu tempo.
— Eu falava "olha, não pode, não pode ficar aqui em casa", mas ela ia maus pelo coração, que ela tentou ajudar ele e ele retribuiu desse jeito.