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Denúncia do MP detalha crueldade contra animais em clínica

Dentre os crimes detalhados está o congelamento do corpo de um cachorro para que o dono pagasse mais diárias de internação

Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7

Clínica foi interditada após denúncias de crueldade contra animais e descarte irregular de lixo
Clínica foi interditada após denúncias de crueldade contra animais e descarte irregular de lixo Clínica foi interditada após denúncias de crueldade contra animais e descarte irregular de lixo

A denúncia apresentada pelo Ministério Público de Minas Gerais contra 13 pessoas, entre sócios e funcionários da clínica veterinária Animed, de Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, detalha a crueldade a qual cães e gatos eram submetidos dentro do estabelecimento.

O texto, de 99 páginas, traz depoimentos dos investigados e detalhes da investigação, como a retirada de sangue de animais para venda, o descongelamento do corpo de um cão - que havia morrido dias antes - antes de ser levados aos donos, além de uso de medicamentos vencidos e cobrança por procedimentos desnecessários e até mesmo não realizados. 

Um dos casos mais bizarros foi confessado por um médico veterinário que trabalhou no local entre setembro de 2018 e julho de 2019.Ele disse ter presenciado o "descongelamento de uma carcaça de um cachorro, com aquecedor e secador quente, para enganar o tutor, simulando que o animal acabara de morrer". 

O depoimento foi confirmado por uma outra pessoa, que disse ter ficado sabendo por ele que o corpo do animal morto ficou congelado por mais de uma semana. 

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De acordo com o Ministério Público, a intenção dos sócios da clínica era cobrar dos tutores valores de diária pelas internações para "aumentar o lucro". 

Além do episódio do descongelamento de um cão, os depoimentos de funcionários da clínica ainda confirmaram outros casos de crueldade, como a retirada de sangue de animais levados para banho e tosa sem autorização dos tutores. O objetivo dos donos da clínica era vender o material. 

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Confira outros casos: 

- Postergação de comunicação ao tutor da morte do animal nas dependências da clínica, para estender o período de internação;

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- Simulação de procedimentos em animais mortos;

- Prescrição de medicamentos desnecessários;

- Utilização de remédios proibidos, vencidos e com embalagem adulterada;

- Descarte irregular de lixo infectante para economizar na coleta própria; realização de procedimento cirúrgico sem a autorização do tutor;

- Ocultação de erros cometidos em cirurgias; congelamento de animal morto e posterior descongelamento para simular que o animal acabara de morrer;

- Diagnósticos falsos para justificar internações e tratamentos desnecessários.

Crimes

De acordo com o MP, os sócios, os dois gerentes, o advogado do estabelecimento e sete médicos veterinários são acusados de associação criminosa, prática de estelionato, descarte irregular de lixo infectante, maus-tratos a animais e venda de medicamentos proibidos, vencidos e com embalagens adulteradas. Uma pessoa foi denunciada por falso testemunho.

O dono da clínica e sua esposa foram denunciados 16 vezes por estelionato, 11 vezes pelo crime de maus-tratos, quatro vezes por maus-tratos com causa de aumento pela morte do animal, poluição ambiental, 13 vezes por infração de medida sanitária preventiva, exercício ilegal da arte farmacêutica, relação de consumo, organização criminosa e fraude processual. 

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