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Ex-diretor do Bolsa Moradia desviou R$ 1 milhão para o filho, diz MP

Programa da Prefeitura de Contagem daria R$ 700 para pessoas que perderam suas casas em enchentes; esquema causou perda de R$ 4 milhões

Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7

Operação prendeu três pessoas nesta quarta (28)
Operação prendeu três pessoas nesta quarta (28) Operação prendeu três pessoas nesta quarta (28)

O ex-diretor do programa Bolsa Moradia, da Prefeitura de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, chegou a desviar recursos do projeto até para o filho adolescente, de acordo com as investigações da Polícia Civil e do Ministério Público.

O "Bolsa Moradia" é um programa destinado a transferência de recursos para pessoas que perderam suas casas devido a enchentes na cidade. Cada beneficiário recebia R$ 700.

De acordo com o promotor Fabricio Fonseca, os desvios chegaram a mais de R$ 4 milhões.

— A operação apurou que o ex-diretor, que tinha acesso ao sistema de pagamento de benefícios, desviou os recursos para o próprio filho adolescente, para empresas de materiais de construção e uma entidade beneficente que ele preside.

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Ainda segundo o promotor, somente o filho do ex-gestor recebeu R$ 1 milhão, dividido em diversos pagamentos. Por conta dos desvios, diversas pessoas que teriam direito ao benefício ficaram sem recursos para bancar aluguel em locais seguros.

Agora, a investigação vai apurar se os superiores do responsável também estão ou não envolvidos com o escândalo.

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Aluga-se

A Operação Aluga-se, deflagrada nesta quarta-feira (28) cumpriu 31 mandados de busca e apreensão e prendeu três pessoas. O ex-diretor do Bolsa Moradia está foragido mas, segundo a Polícia Civil, deve se apresentar ainda hoje.

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Uma das buscas ocorreu no gabinete do vereador licenciado e candidato à prefeito da cidade, Ivayr Soalheiro (PDT).

O ex-diretor do Bolsa Moradia foi afastado em março. Mas até agosto, portanto, quatro meses após a exoneração, ele ainda tinha acesso ao sistema e continuou transferindo os recursos de pessoas privadas que não eram beneficiários.

— O que parece é que houve certa leniência. Pois ele foi afastado mas continuou tendo acesso ao computador que realizava a transferência de recursos. Precisamos apurar se houve participação dos superiores. Para cada pagamento era necessária autorização de superiores.

Outro lado

Em nota, a assessoria do candidato à Prefeitura de Contagem, Ivayr Soalheiro (PDT), citado na investigação e alvo de operação de busca e apreensão nesta quarta-feira (28) disse que ele é "vítima de perseguição política" porque está em segundo lugar nas pesquisas.

"Ele não tem nenhum envolvimento nas denúncias em apuração e confia na apuração dos órgãos de investigação para punir os verdadeiros culpados. Sua vida sempre foi pautada pela honestidade e transparência. Ivayr está profundamente indignado com a fraude ocorrida no Programa Bolsa Moradia, supostamente, realizada por um ex-servidor da sub-secretaria de Habitação da Prefeitura de Contagem, que era autônomo e funcionava em prédio distinto", diz o texto.

"Ivayr Soalheiro foi um dos primeiros a apoiar a petição para instalação da CPI pela Câmara Municipal. Ele compreende que os fatos deverão ser apurados por todos os órgãos e os envolvidos exemplarmente punidos. O parlamentar informa que assumiu a Secretaria de Desenvolvimento Urbano no final de 2017, sendo que a sub-secretaria de Habitação foi incorporada a mesma, em maio de 2018, decorrente da reforma administrativa realizada pela Prefeitura de Contagem", segue a nota".

"Os recursos do Bolsa Moradia são monitorados por leis específicas do município, em ação conjunta com outras secretarias, e com o controle dos órgãos internos", completa o texto.

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