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Saltar de paraquedas sobre o deserto do Arizona, andar de submarino nas águas do Hawaí, mergulhar com tubarões baleias e arraias gigantes nas Filipinas, ser hospedado por um tarólogo na Indonésia, escalar uma das pirâmides do Egito: tudo isso pode parecer impossível para muita gente, mas foram alguns dos últimos passatempos na vida do mochileiro Mayke Moraes, de 33 anos. O mineiro de Varginha, no sul do Estado, deixou para trás uma vida “comum” e botou o pé na estrada em 2010 em busca de um projeto de vida: visitar 100 países antes de morrer. Até agora, os planos caminham bem: ele já passou por 52 e confessa que é “viciado em explorar esse mundão”
Texto e entrevista: Márcia Costanti, do R7, em Belo HorizonteArquivo Pessoal
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A vontade de viajar sempre fez parte da vida de Moraes, que chegou a estudar Direito, mas se convenceu de que uma rotina “certinha” não tinha nada a ver com o que sonhava. Em 2008, ele foi para o Alasca (EUA) em um intercâmbio para aprender inglês e trabalhar. Mas foi só em 2010 que o mochileiro criou coragem, juntou as coisas e foi para Dublin, na Irlanda, ganhar dinheiro e fazer de seu destino a aventura que sempre desejou.
— Levava uma vida normal, aquela ditada e imposta pela sociedade, com ambições materialistas que não se encaixavam no estilo de vida que eu almejava seguir. Estava cansado da rotina e precisava de desafios maiores. Não queria continuar trabalhando apenas para pagar contas, eu queria viver, aproveitar a vida, correr atrás, alcançar e realizar os meus sonhosArquivo Pessoal
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No início, muita gente se assustou com tanta ousadia. O pai dele acreditava que seria “fogo de palha” e que logo o filho estaria de volta, arrependido da decisão. No entanto, a determinação do mochileiro o levou cada vez mais longe e, hoje em dia, ele recebe o apoio total da família e dos amigos e é fonte de inspiração. Moraes compartilha suas experiências através de uma página no Facebook, que já conta com cerca de 50 mil curtidas
Arquivo Pessoal
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Para o mochileiro, não é preciso muito para ser feliz: ele troca bens materiais por boas viagens e não hesita em gastar o dinheiro conquistado com muito trabalho na Europa para viver momentos incríveis. Nestas andanças, ele já chegou a representar a Irlanda em um reality show em Cuba. Moraes não levou o prêmio (que incluía uma volta ao mundo com tudo pago), mas garante que valeu a pena guardar mais este momento único na bagagem
Arquivo Pessoal
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O segredo para bancar as aventuras é prático: ele rala muito para juntar dinheiro e partir para a próxima escala. Entregador, camareiro, lavador de pratos e garçom são algumas das funções que já desempenhou.
— Sou desapegado de bens materiais e invisto todo o dinheiro que ganho com meu trabalho, em viagens. Tenho comigo o mínimo possível em roupas e outras coisas necessárias para me manter na estrada. O suficiente para carregar minha casa nas costas, minha mochila.
Moraes desembarcou no Brasil em dezembro para passar três meses com a família em Varginha. A próxima etapa da viagem já começa no dia 10 de março, quando ele retorna para Dublin. A próxima mochilada é grandiosa: serão 24 meses passando pela América Central e América do Sul. A vida na estrada começa a render outros frutos: um livro que já tem quase 80 páginas deve sair em breve do fornoArquivo Pessoal
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O objetivo, além de mostrar perrengues, aventuras, romances, e muitas dicas é “mostrar que é sim possível viajar pelo mundo e imergir culturalmente em outros países sem ser rico, sustentado pelos pais ou ter nascido em berço de ouro”. Em meio às idas e vindas, o mochileiro ainda tenta angariar recursos por meio de patrocinadores para continuar rodando os quatro cantos do globo.
— O que precisamos é ter foco, planejamento, falar outro idioma de preferência o Inglês, pois isso o ajudará e muito em suas aventuras, e é claro, darmos o primeiro passo. Não fique parado esperando as coisas acontecerem. Aproveite enquanto é jovem, trabalhe muito para juntar uma quantia de dinheiro que ache necessária e se não tiver vínculos que te segure no Brasil, compre uma passagem só de idaArquivo Pessoal