
Hospital é exclusivo para tratamento de covid-19
Reprodução / Google - Street ViewO Hospital Eduardo de Menezes, uma das referências públicas para tratamento de covid-19 em Minas Gerais, fechou 10 leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo), nesta sexta-feira (1º).
De acordo com a administração da unidade que fica na região do Barreiro, em Belo Horizonte, a medida foi causada pela falta de equipe, “mediante a alta rotatividade de profissionais médicos e pedidos de rescisões de contratos”.
A Fhemig (Fundação Hospitalar de Minas Gerais), responsável pelo Eduardo de Menezes, informou à reportagem que já realizou 14 chamamentos públicos para novas contratações, mas ainda não conseguiu preencher todas as vagas.
A instituição pretende fazer um novo chamamento na próxima semana para reabrir os leitos. Segundo a direção, ao menos cinco médicos em regime de 24 horas precisam ser contratados.
Neuza Freitas, diretora do Sind-Saúde (Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais), avalia que a falta de mão de obra não se limita à categoria médica. Segundo ela, a alta demanda e o afastamento durante a pandemia também reduziu a disponibilidade de outros profissionais como os da enfermagem.
— Para nós é uma situação muito grave, à partir do momento que estamos vendo as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) superlotadas e estamos vendo uma segunda onda da pandemia.
O último balanço da Prefeitura de Belo Horizonte, divulgado na quinta-feira (31), indica que o município tinha na data 76,5% das UTIs e 66,7% das enfermarias ocupadas, considerando os hospitais públicos e particulares.
O prefeito Alexandre Kalil (PSD) avisou que vai voltar a fechar a cidade caso os números da pandemia não sejam controlados até a próxima semana.
Estrutura
Com o bloqueio das vagas, 100% dos leitos de UTI do hospital ficaram ocupados. Desde o início da pandemia, a unidade de saúde é dedicada a pacientes com covid-19.
O Eduardo de Menezes tem, atualmente, 20 UTIs e 52 leitos de enfermaria. As unidades para terapias simples têm ocupação de 62%. O hospital conta com 30 médicos, 176 técnicos de enfermagem e 20 enfermeiros.
Em nota, a Fhemig garantiu que “não houve desassistência aos pacientes durante o processo de bloqueio dos leitos”. Um comunicado interno do hospital indica que as vagas foram desativadas a medida em que os doentes deixavam a unidade.
“A Fhemig não vem medindo esforços para completar as equipes atuantes na linha de frente do enfrentamento da covid-19. Plantões estratégicos são frequentemente ofertados aos profissionais médicos, além dos chamamentos públicos emergenciais, cujas contratações são dificultadas pelo cenário e pela alta demanda de profissionais no mercado”, destacou o Governo de Minas em nota.