Lama tóxica contaminou toda a extensão do rio Doce
RecordOs escritórios de advocacia Rosen Law Firm e Bronstein, Gewirtz & Grossman entraram com ação coletiva contra a Vale em Nova York (EUA) para que a empresa cubra prejuízos de acionistas com a queda dos valores dos papéis após o rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, no mês passado.
A Vale, ao lado da BHP Billiton, é controladora da Samarco, mas mantinha contrato para enviar rejeitos da Mina da Alegria para Fundão. A mineradora também não teria adotado todas as medidas de segurança e mitigação dos danos ambientais em tempo hábil, além de não enviar comunicados suficientemente claros aos acionistas, alegam os advogados que entraram com a ação. Nos sites do Rosen Law e do BGandG acionistas da Vale podem aderir à chamada "class action".
A ação cita que "o rompimento da barragem de fundão resultou na liberação de resíduos tóxicos; a Vale tinha um contrato com a Samarco que permitia o depósito de rejeito de minério de ferro de sua planta da Mina Alegria para a barragem de Fundão; procedimentos de saúde e segurança e programas da Vale para mitigar o dano ambiental foram inadequados; comunicados sobre os negócios da Vale foram falsos, enganosos ou incompletos. Quando os verdadeiros detalhes foram divulgados ao mercado, os investidores sofreram prejuízo".
A Vale informou que ainda não teria condições de comentar a ação, mas apontou que dará as respostas "apropriadas nos tribunais" quando for notificada.
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A opção é aberta para quem comprou papéis da Vale negociados na Bolsa de NY entre 21 de março de 2015 e 30 de novembro de 2015. Na semana seguinte ao rompimento da barragem, a Vale insistia que era apenas "acionista" da Samarco e que a legislação antitruste a impedia de intervir de modo direto no plano de emergência para minimizar a destruição do rio Doce.
Menos de um mês depois, no entanto, a mineradora admitiu que utilizava 5% do Fundão para depositar rejeitos. Segundo o MPF, o uso da barragem pode ser de 28%.
O Rosen Law é o mesmo escritório que entrou com ações coletivas contra a Petrobras na corte de Nova York alegando prejuízo de acionistas americanos com papéis da petroleira brasileira por causa do escândalo de corrupção revelado na Operação Lava Jato.