Ricardo Nunes chegou a ser preso em julho
Reprodução/RecordTV MinasA 3ª Vara Criminal de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, aceitou a primeira das duas denúncias do Ministério Público contra o empresário Ricardo Nunes, fundador da Ricardo Eletro, por crime de apropriação indébita tributária.
A denúncia foi encaminha pelo MP à Justiça em 11 de novembro e foi aceita no dia 3 de dezembro. Uma segunda denúncia foi encaminhada à mesma Vara e aguarda manifestação do juiz.
Na denúncia aceita pela Justiça, Ricardo Nunes e um outro administrador são acusados de terem se apropriado de R$ 14 milhões em ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). O tributo estadual foi cobrado nos produtos vendidos aos consumidores, mas não foi repassado ao Governo de Minas Gerais.
Investigação
O grupo é investigado por sonegação de cerca de R$ 400 milhões em ICMS e Ricardo Nunes chegou a ser preso em julho deste ano. As irregularidades duraram 5 anos, entre 2012 e 2017.
A denúncia do MP é fruto da operação Direto com o Dono, feita por uma força-tarefa integrada pela Polícia Civil, Ministério Público, Secretaria de Estado de Fazenda e Advocacia-Geral do Estado.
Após o grupo responsável pela Ricardo Eletro apresentou um pedido de recuperação judicial e fechou suas lojas físicas.
Agora, as investigações continuam sobre crimes de sonegação fiscal durante os anos de 2017 a 2019, que podem chegar a R$ 80 milhões neste período. Também são investigadas as práticas de organização criminosa e lavagem de dinheiro.
De acordo com o MP, Ricardo Nunes teria sido o causador das dívidas que provocaram a falência do grupo, já que transferia para si e seus parentes os licros obtidos com a sonegação fiscal.
Somente no nome das empresas que tinham a mãe e a filha dele como proprietárias foram sequestrados pela Justiça imóveis avaliados em R$ 60 milhões.
Segunda denúncia
Ricardo Nunes pode ter que responder a uma segunda denúncia na Justiça. Em 11 de dezembro, o MP encaminhou à Justiça um processo em que acusa o empresário e fundador da rede Ricardo Eletro por, supostamente, sonegar R$ 120 milhões em impostos.
Desta vez, a denúncia é referente a crimes que teriam sido praticados entre maio de 2016 e novembro de 2019.
Outro lado
A reportagem entrou em contato com a Ricardo Eletro e aguarda posicionamento sobre o assunto. A defesa de Ricardo Nunes disse, à época das denúncias, que o MP insiste em atribuir culpa a ele mesmo quando não era administrador ou controlador da empresa.