Após um ano do início da pandemia, o Brasil vive o momento mais crítico da crise sanitária, com recordes em casos confirmados e mortes diárias por covid-19. Com hospitais lotados e equipes incompletas, os profissionais de saúde relatam exaustão física e adoecimento mental pela tensão e pela distância da família.
Neste contexto, a classe reclama da lentidão da vacinação para todos os médicos. De acordo com o vacinômetro do Governo de Minas Gerais, menos da metade dos trabalhadores de saúde receberam as duas doses do imunizante. Pouco mais de 78% receberam a primeira dose e 45% receberam a segunda dose até a tarde de 1º de abril.
Segundo Cibele Alves de Carvalho, presidente do CRM-MG (Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais), os critérios para vacinação nem sempre são claros e a autonomia de Estados e municípios muitas vezes prejudica a imunização dos médicos. Por isso, trabalhadores participam de movimentos nas redes sociais exigindo a imunização do grupo.
— A vacina é direito de todo mundo. Mas a assistência direta ao paciente, seja ele de covid-19 ou não, é de responsabilidade do profissional da saúde. Desde o atendimento primário até o intensivo, sabidamente, eles têm que ter essa proteção.
Prevenção é fundamental
Enquanto a vacinação não chega para toda a população, nunca foi tão indispensável manter o distanciamento, usar a máscara corretamente e higienizar bem as mãos. De acordo com a presidente, essas medidas são atitudes grandiosas para a população de forma geral e principalmente para os profissionais que estão no combate diário ao vírus.
— As pessoas precisam continuar a se cuidar, respeitar as medidas protetivas. É preciso usar a máscara corretamente, cobrindo boca e nariz, e evitar tocar nela a toda hora. Lembrar de higienizar as mãos frequentemente e manter o distanciamento social. A falta de cuidado, pode levar a um número maior ainda de contaminação e mortes.
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Cibele acrescenta que o isolamento, mais do que nunca, é fundamental. Evitar encontros com poucas pessoas faz muita diferença neste momento.
— “Ah, eu vou fazer um aniversário e vou chamar três pessoas na minha casa”, e o risco? O momento é de isolamento, só deve ir para a rua quem não pode ficar em casa. É uma situação ímpar, nunca ninguém viveu o que nós estamos vivendo, nem a população, nem os médicos, nem os próprios gestores públicos e privados.
Veja o andamento da vacinação em todo o Brasil: