MP determina que acusado de jogar namorada de prédio em BH vá à júri popular
Decisão mantém Raul Rodrigues Costa Lages como réu por homicídio triplamente qualificado; caso foi tratado como suicídio por dois anos
Minas Gerais|Gabriela Neves*, do R7

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O advogado Raul Rodrigues Costa Lages foi pronunciado pela Justiça e vai a julgamento por júri popular, acusado de matar a também advogada Carolina da Cunha Magalhães, em junho de 2022. A vítima morreu após cair do 8º andar de um prédio no bairro São Bento, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. O caso, inicialmente tratado como suicídio, foi reclassificado como homicídio triplamente qualificado após investigações da Polícia Civil.
Segundo os autos, o réu teria agredido a advogada, limpado os cômodos do apartamento, retirado a rede de segurança da varanda e arremessado o corpo da vítima no momento em que ela não estava em condições de se defender. A denúncia foi recebida em 25 de setembro de 2024 pelo MP.
Nas audiências de instrução, realizadas em maio e agosto de 2025, testemunhas da acusação e da defesa foram ouvidas, ao todo 14 pessoas. A juíza então reconheceu indícios suficientes para que o caso vá a júri.
Segundo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Raul Lages agiu por motivo torpe. A denúncia aponta ainda que ele atacou Carolina, deixando-a desacordada antes de arremessá-la da varanda do apartamento. O crime foi enquadrado como feminicídio, cometido em contexto de violência doméstica e psicológica.
Durante o interrogatório à Justiça, o réu apresentou contradições e se recusou a responder perguntas da acusação. À polícia, Raul disse ter ouvido o barulho da queda enquanto descia no elevador. Em juízo, alterou a versão e afirmou que o som poderia ter sido provocado por fogos durante um jogo de futebol. Imagens do circuito interno, no entanto, mostraram que ele acionou o elevador quatro minutos após a queda da vítima.
A OAB-MG suspendeu preventivamente o registro profissional de Raul Lages, alegando que os fatos causaram evidente repercussão prejudicial à dignidade da advocacia. O órgão destacou que a medida é essencial para preservar a integridade da profissão.
Raul Rodrigues Costa Lages responde ao processo em liberdade. Ainda não há data definida para o julgamento pelo Tribunal do Júri, que vai decidir se ele será condenado pela morte da advogada.
Três meses antes de morrer, a vítima escreveu um e-mail para ela mesma relatando o histórico de relacionamento abusivo com o suspeito. O texto indica tentativas de controle sobre a rotina de Carolina.
*Estagiária sob supervisão de Maria Luiza Reis
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