"Muito alegre e educado ", diz prima sobre morto em perseguição
Família e amigos pedem Justiça em relação à morte do menino de 8 anos baleado em Contagem, na Grande BH
Minas Gerais|Do R7, com Record TV Minas
A família do menino de 8 anos morto com um tiro no tórax após uma perseguição policial em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, cobra Justiça para esclarecer o caso.
O corpo de Bernardo Cavalcante foi liberado pelo IML (Instituto Médico-Legal) de sexta-feira (24).
"Ele era um menino alegre, muito educado, um menino muito obediente. A mãe cuidava tão bem dele, o menino tinha um futuro pela frente", lamenta a prima da criança que prefere não ser identificada.
O garoto foi ferido enquanto ia para uma festa, acompanhado pela avó, pelas tias, pelos primos e pela irmã. Eles estavam a cerca de 900 metros de distância de casa.
Ediney Oliveira, mecânico e amigo próximo da família, afirma que o choque foi grande ao ver o garoto caído no chão. "Eu estava trabalhando na oficina quando escutei o barulho de batida, logo em seguida escutei os tiros e quando saí, vi que tinha uma criança baleada”, relembra."Ele vinha aqui pra casa brincar com minhas crianças, e pouco antes, minutos antes do fato, ele passou e brincou comigo, ele estava muito bonito", completa Oliveira.
Tragédia na véspera do Natal
A prima do menino ainda diz que Bernardo estava muito ansioso para o Natal. "Ele pediu à mamãe dele vários presentes, a mãe dele comprou, trabalhou a semana toda para comprar e ele não está aqui mais com a gente para receber esses presentes de Natal, é muito triste" afirma.
A comoção com a tragédia foi grande. No bairro, algumas lojas fecharam as portas em homenagem ao garoto. "A gente ficou sem chão, ele era muito amado por todos, um menino inocente, um menino que não tinha culpa de nada e aconteceu essa tragédia”, diz a prima da vítima.
De acordo com a PM (Polícia Militar), o disparo teria saído de uma arma do ocupante de um carro que fugia da polícia. Durante a fuga, o veículo teria subido na calçada onde Bernardo estava com a família e um dos suspeitos teria colocado o braço para fora e atirado.
A Polícia Civil investiga o caso. Os suspeitos foram liberados após prestar depoimento. Um deles assintou um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência). O outro foi liberado "em razão da falta de elementos comprobatórios para a ratificação do flagrante". Segundo a PM, um deles já havia sido detido por direção perigosa e por roubo. A arma supostamente usada no crime não foi encontrada.
Em depoimento, os dois suspeitos negaram o porte de arma. O motorista declarou que fugiu da blitz já que estava com a documentação do carro irregular e pelo fato de não ser habilitado para dirigir. A dupla disse, ainda, que voltava do bairro Icaivera, em Contagem, onde estariam trabalhando instalando vidro em uma casa.