A PF (Polícia Federal) compre, nesta segunda-feira (14), mandados de busca e apreensão contra um grupo suspeito de oferecer e vender vagas falsas no curso de medicina da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
A corporação revelou que os estelionatários usavam assinaturas e carimbos falsos dos servidores da faculdade para enganar os interessados em comprar as vagas.
Segundo a PF, os fraudadores chegaram a enviar documentos à instituição para provar aos clientes que o esquema era verdadeiro. No entanto, ao perceber que haviam sido enganados, os compradores procuraram a UFMG para alertar sobre o golpe.
As investigações duraram quase um ano. Neste período, os suspeitos movimentaram mais de R$ 1 milhão em contas bancárias, mas os investigadores não revelaram qual era o valor cobrado. Segundo a Polícia Federal, o pagamento pelas vagas era feito em dinheiro e até com veículos.
Ainda de acordo com a PF, os investigados vão responder pelos crimes de estelionato, falsificação de documento, uso de documento falso e associação criminosa. As penas para estes delitos podem chegar a até 20 anos de prisão.
A Justiça Federal em Belo Horizonte bloqueou as contas bancárias dos envolvidos e liberou o cumprimento de mandados de busca e apreensão. Três deles foram cumpridos nas cidades de Contagem, na Grande BH, em Goiânia e no Rio de Janeiro. Há suspeita de que o esquema também tenha se repetido em outras faculdades, mas as instituições não foram reveladas.
Procurada, a UFMG informou à reportagem que a denúncia sobre o esquema foi feita pela própria instituição após receber reclamações de pessoas reclamando sobre as vagas. A universidade destacou, ainda, que a única forma de ingresso nos 91 cursos de graduação é o Sisu (Sistema de Seleção Unificada), do Governo Federal.
Veja a íntegra da nota da UFMG:
"Sobre a deflagração da “Operação Hipócrates”, que investiga a venda de vagas falsas no curso de Medicina, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) informa que partiu da Universidade a solicitação pela investigação ao ter conhecimento da existência de pessoas que estavam reivindicando o acesso a vagas por meio do suposto esquema. A UFMG atua em colaboração com as autoridades competentes e informa que nenhum dos envolvidos tem vínculos conhecidos com a Universidade.
A UFMG ressalta que a única forma de entrada de estudantes em todos os seus 91 cursos de graduação se dá por meio do Sisu, Sistema de Seleção Unificada, gerido pelo Ministério da Educação. A Universidade reitera seu compromisso público com a transparência e irá denunciar e combater toda e qualquer tentativa criminosa de oferta de vagas relacionada à instituição."