A Polícia Civil do Paraná vai indiciar por homicídio culposo na direção de veículo automotor - quando não há intenção de matar - o caminhoneiro que teria provocado o acidente que matou a influenciadora digital Júlia Hennessy Cayuela, aos 22 anos, no último dia 15 de julho, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.
Segundo a corporação, o homem que não teve a identidade divulgada, transportava concreto para uma empresa que prestava serviço para a EcoRodovias, concessionária que administra a BR-277, onde ocorreu a batida.
Fábio Machado, delegado responsável pela investigação, detalhou ao R7 que o caminhoneiro fez uma conversão em área proibida. Segundo o investigador, testemunhas indicaram que o trânsito no local é permitido apenas para veículos de emergência.
— Esse motorista disse que teria sido autorizado [a passar pelo local] por alguém da concessionária.
Com a declaração do caminhoneiro, o delegado vai convocar funcionários da empresa para prestar depoimento na tentativa de descobrir se, de fato, houve tal autorização e quem foi o responsável por ela.
— Isso não retira a responsabilidade do motorista e o indiciamento dele vai seguir.
O homicídio culposo na direção de veículo automotor é um crime previsto no CTB (Código de Trânsito Brasileiro). A pena é de dois a quatro anos de prisão e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir. Após o indiciamento, caberá ao Ministério Público decidir se vai denunciar ou não o motorista à Justiça.
A reportagem procurou a EcoRodovias para comentar sobre o relato do investigado, mas não obteve retorno até o momento da publicação.
O acidente
Júlia Hennessy, que morava em Belo Horizonte, viajava com o marido, Daniel Cayuela, em uma moto pelos Estados do Sul do país quando houve o acidente.
Segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal), o veículo do casal foi atingido pela carreta que tentou fazer um retorno à esquerda. A motocicleta e o caminhão seguiam no sentido Curitiba.
A influenciadora foi resgatada de helicóptero, em parada cardiorrespiratória, e morreu ao dar entrada no Hospital Universitário Cajuru, em Curitiba, capital do Paraná. O marido da jovem ficou ferido e passou por cirurgias no braço. Ele se recupera na capital mineira.
Júlia estava concluindo a faculdade de biomedicina. Antes do acidente, a blogueira tinha aproximadamente 269 mil seguidores em uma rede social onde falava sobre beleza, moda e estilo de vida. Os passeios de moto pelo Brasil estavam entre os hobbies favoritos do casal.
A jovem era filha da pastora Nina Silveira e enteada do também pastor Jerônimo Onofre da Silveira, da Igreja Quadrangular Templo dos Anjos. O corpo da influenciadora foi sepultado dois dias depois da batida, em Contagem, na região metropolitana de BH.
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