Procurado pela Justiça há mais de 2.300 dias, um homem de 29 anos, considerado pela Polícia Civil um dos criminosos mais violentos de Belo Horizonte, foi preso nesta quinta-feira (28), em Itatiauçu, região metropolitana da capital mineira.
A extensa ficha criminal de "Negãozinho", de 29 anos, acumula crimes como homicídio e tráfico de drogas. Além disso, ele é suspeito de participar de explosões de caixas eletrônicos, ataques incendiários a ônibus e toques de recolher na região do Barreiro, como detalha o delegado Alexandre Fonseca de Oliveira.
— Ele é investigado por homicídios desde 2012 e foragido desde 2013. São sete mandados de prisão preventiva. Temos uma investigação paralela, desde outubro do ano passado, que culminou na prisão dele hoje
Segundo Oliveira, Negãozinho cometeu pelo menos quatro homicídios na região de Venda Nova, no bairro Jardim Vitória, na região nordeste da capital, e na Serra do Rola Moça, na região metropolitana.
— Eram desafetos também do Barreiro, mas essa tática de sair da região para executar é uma forma de tentar driblar a polícia
A prisão de "Negãozinho" foi realizada após uma equipe de policiais passar a madrugada próxima à casa do homem.
— Cercamos todas as saídas, inclusive uma rota de fuga que ele tinha preparado para caso a polícia chegasse até ele".
Surpreso
O delegado descreveu o criminosos como um homem "cuidadoso", que não deixava pistas.
— Ele ficou muito surpreso com a entrada da nossa equipe. Ele mesmo revelou que sempre trocava de celular, não fazia ligações telefônicas, não tem nada em nome dele e falou que a vizinhança achava que ele era um vendedor de galinhas. Ele perguntou todo o tempo como chegamos até ele
Somadas, as penas pelos crimes de homicídio, tráfico de drogas e furto qualificado podem chegar a 80 anos de prisão. Contra o criminoso, já há uma condenação por homicídio, cuja pena é de 14 anos.
— Ainda há mais cinco investigações em andamento contra ele. Dia 6 agora, ele completa 30 anos. Vai passar na cadeia. Sabemos que ele tem ligação com facções e há envolvidos que são nossos próximos alvos. Mas ele é o cabeça dess quadrilha que atuava no Barreiro
"Medo de Morrer"
Na casa em que o homen foi preso, a polícia encontrou uma arma de fogo, drogas, dinheiro e dois celulares. O suspeito se recusou a desbloquear um dos aparelhos, o qual chamou de "celular do corre", segundo a polícia.
— Todo homicida tem medo de morrer. Ele sabe que nesse dispositivo que está bloqueado tem contatos de outros criminosos e ele se sente em risco disso ser revelado
O desbloqueio do aparelho deverá ocorrer mediante mandado judicial.