Duas vítimas foram mordidas por morcegos contaminados
Reprodução/ PixabayApós a confirmação de dois casos de raiva humana em Minas Gerais, a SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais) alerta para a gravidade da doença. Em entrevista à Record TV Minas, nesta quarta-feira (20), a médica Tânia Marcial, do CIEVS (Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde) disse que em quase todos dos casos os pacientes evoluem para óbito.
“Nós sabemos que a raiva é uma doença que mata quase 100% das pessoas. Atualmente, nós temos 18 sobreviventes da doença no mundo”, relata.
Desde o início do mês, dois adolescentes de 12 anos tiveram diagnóstico positivo — um deles morreu. Agora, a Secretaria investiga se a morte de um menino de 5 anos também foi causada pelo vírus transmitido por mamíferos como morcegos, cães e gatos. De acordo com a SES-MG, os pacientes dos dois casos confirmados foram mordidos por morcegos. O terceiro, ainda em investigação, não tem histórico de mordida.
A indígena de 12 anos é o segundo caso confirmado da doença, ela está internada na capital mineira desde o dia 5 de abril. Na última quinta-feira (14), ela teve piora e foi levada para a UTI (unidade de tratamento intensivo), onde segue até hoje em estado grave.
Todos os casos são da zona rural de Bertópolis, a 640 km de Belo Horizonte, no Vale do Mucuri. A Secretaria de Saúde preparou algumas ações na região. Entre elas, uma equipe do IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária) foi enviada para a cidade para avaliar os animais da região e a SES-MG pretende vacinar toda a população local com a vacina antirrábica.
Ainda segundo dados da pasta, Minas Gerais não registrava mortes causadas por raiva humana desde 2012.
Tratamento
A médica Tânia Marcial também esclareceu como funciona o tratamento da doença. A médica reforçou que, apesar de ser uma doença com grande nível de letalidade, há um tratamento preventivo e que os casos confirmados pela pasta são de pessoas que tiveram contato com animais contaminados e não procuraram o atendimento médico logo em seguida. As vítimas não eram vacinadas e não receberam o soro disponível no sistema de saúde.
A médica reforçou a importância de a população estar ciente sobre como agir: após quaisquer acidentes com animais silvestres ou com animais domésticos, deve-se procurar atendimento médico imediatamente para receberem orientação correta, “quando necessário, vacinação ou o soro são medidas muito importantes” informou Tânia. No entanto, a vacina não está disponível em qualquer posto, os municípios tem as unidades de referência de vacinação, onde a vacina antirrábica pode ser encontrada. Durante o atendimento médico, será avaliado qual o tratamento adequado para cada caso.
*Estagiária sob supervisão de Vinícius Rangel