Catar proibiu brinquedo por violar lei islâmica?
'Febre' entre crianças e jovens, Pop It é produzido com faixas de cores diferentes, que se assemelham a um arco-íris
MonitoR7|Do R7

Uma publicação feita no Instagram, que passa das 170 mil curtidas, afirma que o governo do Catar, país do Oriente Médio, proibiu em seu território a circulação de brinquedo tipo Pop It, sob a alegação de violar valores islâmicos.
A informação é verdadeira. No dia 20 de dezembro, o Ministério do Comércio e Indústria daquele país realizou uma apreensão em diversas lojas locais e tirou de circulação esse e outros brinquedos que iriam contra as “tradições” do país.
“O ministério explicou que as recentes campanhas de fiscalização resultaram na apreensão e descoberta de diversas violações, representadas na apreensão de brinquedos infantis com slogans que violam os valores, costumes e tradições islâmicas”, diz trecho do comunicado divulgado pela agência estatal de notícias do Catar.
No mesmo comunicado, o órgão governamental pede aos cidadãos que denunciem às autoridades quando virem em lojas brinquedos e outros produtos que tenham um “design ou logotipo” que contrariem as tradições locais.
O Pop-It é um brinquedo feito de silicone, com ondulações que, ao serem empurradas de um lado para o outro, emitem um pequeno barulho. A atividade e o som se assemelham aos registrados quando se estouram as bolhas do chamado plástico-bolha, e ambos são considerados antiestressantes.
Esse tipo de brinquedo se popularizou nos países ocidentais nos últimos anos, entre crianças e adolescentes. Na maior parte, são produzidos com faixas de várias cores, o que os torna parecidos com um arco-íris. Embora não haja uma correlação explícita, muitos movimentos conservadores associam essa característica com o uso do arco-íris como símbolo do movimento LGBTQIA+.
O Catar, que será a sede da próxima Copa do Mundo de futebol, adota como base de sua Constituição a Sharia. Trata-se de um sistema jurídico do Islã, que se orienta pelo Corão (o livro sagrado da religião), condutas do profeta Maomé e a jurisprudência das fatwas (determinações legais de estudiosos). Entre as suas determinações, a Sharia proíbe relações homossexuais, o uso de bebidas alcoólicas e o adultério.

