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Fiocruz investiga ação de antirretrovirais contra a Covid-19

Pesquisa inicial apontou que o atazanavir, usado no tratamento do HIV, teve melhores resultados do que a cloroquina

Folha de Pernambuco|

Pesquisa inicial apontou que o atazanavir, usado no tratamento do HIV, teve melhores resultados do que a cloroquina
Pesquisa inicial apontou que o atazanavir, usado no tratamento do HIV, teve melhores resultados do que a cloroquina Pesquisa inicial apontou que o atazanavir, usado no tratamento do HIV, teve melhores resultados do que a cloroquina

Uma pesquisa realizada pela Fiocruz constatou que o medicamento Atazanavir, utilizado no tratamento do HIV, foi capaz de inibir a replicação viral do novo coronavírus, além de reduzir a produção de proteínas que estão ligadas ao processo inflamatório nos pulmões e, portanto, ao agravamento do quadro clínico da doença Os especialistas também investigaram o uso combinado do atazanavir com o ritonavir, outro medicamento utilizado para combater o HIV.

O estudo foi publicado nesta segunda-feira (6) na plataforma internacional BiorXiv, em formato de pré-print, seguindo a tendência do estudo e do reposicionamento de medicamentos no enfrentamento da emergência sanitária. “A análise de fármacos já aprovados para outros usos é a estratégia mais rápida que a Ciência pode fornecer para ajudar no combate à Covid-19, juntamente com a adoção dos protocolos de distanciamento social já em curso”, aponta Thiago Moreno, pesquisador da Fiocruz, que lidera a iniciativa.

O pesquisador ressalta que os medicamentos propostos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) estão mais próximos de se tornarem terapias para os pacientes com Covid-19. Ele observa que, no entanto, mais alternativas são necessárias, especialmente substâncias já em produção nacional e com perfil de segurança superior a algumas destas moléculas inicialmente propostas pela OMS.

Reforça também o alerta sobre os riscos da automedicação, uma vez que cada paciente deve ser assistido por seu médico, que deverá acompanhar o tratamento, especialmente no caso de novas doenças e remédios reposicionados.

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A pesquisa, coordenada pelo Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz), envolve cientistas do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) – incluindo os Laboratórios de Vírus Respiratórios e do Sarampo, de Imunofarmacologia, de Biologia Molecular e Doenças Endêmicas, e de Pesquisas sobre o Timo – e do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), além do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino e da Universidade Iguaçu, do Rio de Janeiro.

Modelagem molecular e testes com células

Considerando que trabalhos científicos anteriores já haviam apontado a protease viral ‘Mpro’ – uma enzima capaz de permitir que as proteínas do vírus sejam fabricadas corretamente – como um alvo central na busca de medicamentos para o novo coronavírus, os pesquisadores voltaram seus olhos para o potencial de uso do atazanavir.

Além de possuir ação sobre a Mpro, também existiam indícios da atuação da medicação sobre o trato respiratório, o que chamou a atenção dos cientistas na fase de seleção das substâncias a serem investigadas.

Os pesquisadores realizaram três tipos de análises: observaram a interação molecular do atazanavir com a região específica de interesse do vírus Sars-CoV-2 (a Mpro), realizaram experimentos com esta enzima e testaram o medicamento in vitro, em células infectadas.

Também foram realizados experimentos comparativos com a cloroquina, que vem sendo incluída em diversos estudos clínicos mundialmente. Neste caso, os resultados obtidos apenas com o atazanavir e em associação com o ritonavir foram melhores que os observados com a cloroquina, o que motiva a equipe a avançar nestes estudos.

Do ponto de vista da produção nacional do medicamento, em um cenário de possível adoção como estratégia clínica, vale destacar que a produção nacional do insumo é realizada pelo Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz).

Financiamento

O estudo contou com recursos financeiros da Fiocruz, da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo a` Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal (Capes). A iniciativa é realizada no âmbito do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Inovação em Doenças Negligenciadas, liderado pelo CTDS/Fiocruz e financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnologico (CNPq).

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