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Sem suporte emergencial, brega sofre com crise provocada pela Covid-19

Embora seja um dos gêneros musicais mais executados do País, o brega tem sofrido o impacto causado pela pandemia do novo coronavírus. Trabalhadores estão dependendo de doações e auxílio emergencial do governo

Folha de Pernambuco|

Embora seja um dos gêneros musicais mais executados do País, o brega tem sofrido o impacto causado pela pandemia do novo coronavírus. Trabalhadores estão dependendo de doações e auxílio emergencial do governo
Embora seja um dos gêneros musicais mais executados do País, o brega tem sofrido o impacto causado pela pandemia do novo coronavírus. Trabalhadores estão dependendo de doações e auxílio emergencial do governo Embora seja um dos gêneros musicais mais executados do País, o brega tem sofrido o impacto causado pela pandemia do novo coronavírus. Trabalhadores estão dependendo de doações e auxílio emergencial do governo

Robson Lins, de 29 anos, transformaria-se em DJ Robinho durante seis, sete ou oito vezes se esta fosse uma semana comum. Sem descanso. Esta era a rotina dele há oito anos: saía de casa no bairro de Coqueiral, na Zona Oeste do Recife, para embalar festas de casamento, infantis e bailes de brega. A última vez que o DJ saiu da residência para fazer um show foi no último dia 14 de março.

 Na semana seguinte, o governo decretou que não poderia ter mais eventos acima de 50 pessoas para evitar a disseminação do novo coronavírus em território estadual. Desde então, todos os eventos marcados foram cancelados e a rotina de anos foi interrompida, prejudicando a sua fonte de renda. Sem reservas, aguarda o auxílio emergencial do governo federal.

A realidade de Robson não é a única. Centenas de trabalhadores e microempreendedores envolvidos com a cultura do brega, na Região Metropolitana do Recife (RMR), perderam suas rendas em razão das recomendações de isolamento social por causa da pandemia da Covid-19. Sem eventos, festas e suportes emergenciais, estão dependentes de pessoas próximas ou aguardando o benefício federal para trabalhadores informais. Estas características chegaram com força na chamada “economia de favela” - termo usado para designar um ciclo de atividades econômicas nas comunidades brasileiras -, enquanto a pandemia do Sars-CoV-2 se expande em território nacional.

De acordo com a pesquisa do Data Favela e o Instituto Locomotiva sobre o coronavírus nas favelas, 80% das pessoas de periferia tiveram perda significativa na renda por ausência de poupança de emergência. Graças a um fundo de reserva, o produtor do cantor de brega-funk Vitinho Polêmico, João Victor Coutinho, de 23 anos, vem mantendo a família, que é composta pela mãe e o irmão. “Eu trabalho com brega faz seis anos. O último show que eu produzi foi na primeira semana de março. Tive perda de renda em 80%. Os 20% são por causa de um fundo de reserva. Como sou autônomo, me cadastrei no auxílio emergencial do governo”, explica João, que também é produtor de eventos.

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O problema também se estende a outras camadas. Empresário do MC Tróia, um dos maiores representantes do brega-funk, Walter Junior, 33, também perdeu 80% da renda. Com o dinheiro que mantém, está ajudando os funcionários que dependem exclusivamente de música. “Com recursos próprios ajudei e continuo ajudando os funcionários da minha banda, principalmente, os que só tinham a banda como trabalho. Esses são os mais necessitados financeiramente, porque eles não tinham reserva de dinheiro e só tinham a renda que recebiam na banda; Tive ajudá-los com reserva de dinheiro que eu tinha, mas a situação está muito crítica”, afirma o empresário.

A pandemia chegou como uma surpresa para ele. Com a ascensão do gênero a nível nacional - segundo o Spotify, cresceu 145% no ano passado -, o cantor pernambucano estava com uma agenda de shows marcada para todo o País. “O Tróia estava em uma das suas melhores fases, com vários shows pelo Brasil. 15 dias antes da paralisação por conta do covid-19, ele fez turnê no Pará com todos os shows lotados e já tinha data marcada pra tocar no Ceará, Alagoas, Natal e São Paulo. Entendemos a situação, mas fomos os mais prejudicados de todos”, enfatiza Júnior, que pagava os funcionários por show realizado.

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