A CPI da Pandemia é a primeira da história que começou com o relatório final já concluído. O relator Renan Calheiros, conhecido pelo codinome Atleta no Departamento de Propinas da Odebrecht, acusa Jair Bolsonaro de ter cometido pelo menos três pecados mortais: não proibiu a entrada do coronavírus no Brasil, não encomendou 420 milhões de vacinas antes que fossem inventadas e debochou dos métodos científicos aplicados pelos governadores dos Estados que lideram o ranking de infecções e óbitos.
Amparado nessas graves acusações, o senador do MDB responsabiliza o presidente da República por todas as mortes ocorridas no Brasil depois da chegada da Covid-19. Nas observações derradeiras, Renan Calheiros ressalva que o governador alagoano Renan Filho não foi investigado pela CPI porque todo mundo sabe que é tão honesto quanto
o pai.
A julgar pela sessão desta terça-feira, estrelada pelo ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, o ritmo da CPI será muito mais lento que a redação do relatório. Inscreveram-se para discursar os 11 titulares, os 9 suplentes e quase todos os senadores restantes. Se a fila de oradores não for drasticamente reduzida, o país inteiro estará vacinado quando a CPI chegar ao fim.