A estrela da mais relevante sessão realizada neste ano pelo Supremo Tribunal Federal será a mais discreta das mulheres que já passaram por aquela corte. Rosa Weber é de pouquíssimas palavras, não vai a festas de aniversário de colegas, não tem confidentes e jamais antecipa o teor do seu voto. Nesta quinta-feira, caberá a essa tímida vocacional decidir se o começo do cumprimento da pena aplicada a um réu pode começar depois da condenação em segunda instância.
Cinco ministros afirmam que sim, cinco afirmam que não. Em tese, Rosa acha que só se deve mandar alguém para a cadeia depois de negado pelo supremo o último recurso apresentado pela defesa. Mas, argumentando a necessidade de obedecer à jurisprudência reafirmada pelo STF há apenas dois anos, Rosa Weber vem chancelando prisões confirmadas em segunda instância.
Ninguém sabe como votará a ministra. O que se pode afirmar com segurança é que, se impedir a imediata libertação de Lula e outros milhares de criminosos encarcerados, Rosa receberá milhões de buquês de flores simbólicos enviados por brasileiros exaustos da convivência com criminosos que, graças ao poder do dinheiro e à esperteza de advogados que recebem em dólares por minuto, já nascem condenados à eterna impunidade.