Os carros elétricos vivem uma escalada no mercado de carros novos enquanto governos discutem a regulação legal destes novos automóveis em busca de menos emissões de poluentes. Enquanto empresas como a storeDot já estão oferecendo novas bateriais de recarga ultrarrápida cresce o alerta para a baixa disponibilidade para a produção de acumuladores de carga para abastecer a demanda crescente desse mercado.
A empresa israelense storeDot já está enviando baterias que usam a tecnologia XFC (Exterme Fast Charging, algo como recarga extremamente rápida) para empresas como Volvo, Ola e Mercedes Benz que irão testar a novidade. A empresa disse que essa nova tecnologia é fruto de um estudo de dez anos e com apenas 30Ah por célula promove uma autonomia equivalente a 160 km após somente 5 minutos de carregamento.
Ao mesmo tempo, especialistas afirmam que não haverá disponibilidade de minério suficiente para atender a demanda forte de eletrificação da mobilidade. "Sim, não teremos [minério] suficiente, mas não por esse tempo. Vai haver uma crise real para obter esse tipo de material no mercado interno. Não temos o suficiente no mundo para transformar tanta produção de lítio no mundo até 2035.", disse o CEO da Piedmont Lithium, Keith Phillips à imprensa norteamericana.
Philips se refere à lei federal dos EUA que prevê que 80% do minério usado para baterias de carros elétricos seja de fonte própria ou de algum país que tenha livre comércio com os Estados Unidos. Na prática, há poucas nações que possam fornecer minério como lítio, cádmio, níquel ou ânodo de silício na quantidade suficiente para atender as metas de eletrificação impostas pelo goberno Joe Biden e que devem vigorar a partir de 2024.
Enquanto isso as montadoras aceleram seus investimentos para buscar formas de obter minério e terras raras, usados em produtos de alta tecnologia, na quantidade suficiente para atender o mercado. É o caso da BYD que tem a tecnologia "blade" de camadas de baterias consideradas as mais eficientes do mercado. A marca está investimento mais de 4 bilhões de Euros, mais de R$ 20 bilhões para aumentar a produção de lítio na província de Jiangxi, para atender a crescente demanda.
No entanto, apesar das mudanças e investimentos feitos na China as metas de produção de carros elétricos são audaciosas no mundo inteiro. E não há disponibilidade de minerais na Europa ou Estados Unidos que estabeleceram regulações audaciosas que começam a esbarrar na falta de insumos para produzir carros elétricos.
O alerta foi aceso no mercado após a administração Biden divulgar um plano de tributário de incentivos para fabricantes e compradores de carros elétricos. Atualmente há um desconto de US$ 7,5 mil, cerca R$ 38 mil sobre o valor do veículo na concessionária. A partir de 2030 somente carros que usam eletrificação poderão ser financiados juntos aos bancos. Modelos a combustão não terão mais linhas de crédito a partir dessa data limite.
Philip alerta. "As empresas de automóveis não podem fazer carros elétricos rápido o suficiente e o público agora está procurando lítio que precisa para as baterias que equipam estes carros elétricos.", diz.
Segundo o Fórum Econômico Mundial, o mundo já consome meio milhão de toneladas de lítio por ano mas essa demanda irá crescer para 3,7 milhões por ano dentro de 13 anos. E simplesmente não está claro de onde esse minério será extraído além da China, Austrália e Chile, que são os maiores produtores, além de pequenas fontes em países como Brasil, Zimbábue e Portugal. Um estudo recente da McKinsey & Company mostra que se não for reciclado, o lítio pode acabar dentro de seis anos se a produção de carros elétricos seguir crescendo nesta proporção.