O ano de 2019 traz o embate dos sedãs compactos em uma briga que ficou acirrada desde o ano passado com a chegada do Fiat Cronos e o crescimento do Volkswagen Virtus. Agora com o lançamento da nova geração do Onix Plus (antigo Prisma) e da proximidade do novo Nissan Versa, essa batalha ficará ainda mais dura. E com carros cada vez mais equipados subindo de preço, ninguém quer deixar para trás o consumidor que procura (ou só pode pagar) por um sedã mais barato.
Além disso, hoje há pouco mais de 1 milhão de carros de aplicativos rodando pelo país sem falar no grande mercado das locadoras. Nesses segmentos, carros versáteis, econômicos e baratos são importantíssimos, o que reforça o motivo para as montadoras manterem modelos antigos em linha.
O velho e novo
As montadoras já perceberam que vender a geração defasada não é um mau negócio. Pelo contrário. Somando novidade e versões de combate, é possível agregar mais vendas o que também é uma jogada de marketing. Assim, o R7 "resgatou" os modelos que ainda são produzidos como carros de combate, preços e opções para o consumidor escolher.
A GM tem feito isso com o Onix há vários anos. Entre os sedãs mantém o Novo Onix Plus em linha mas seguirá vendendo o Joy Plus, antigo Prisma com preço a partir de R$ 49,1 mil (versão Joy 1.0).
Estratégia um pouco diferente teve a Renault que renovou o Logan sem mudar a plataforma por R$ 50,4 mil (1.0 Life) e em outra vertente seguiu a Hyundai que mudou profundamente o HB20S abrindo mão do modelo anterior com preço a partir de R$ 55,3 mil.
Dois produtos com um objetivo
Algumas montadoras jogam com dois produtos diferentes neste segmento, um como modelo de entrada com nome consagrado, de fácil percepção pelo consumidor, e outro mais novo e mais caro.
A Volkswagen ainda aposta no velho Voyage (R$ 55,1 mil na versão 1.0) embora tenha um modelo mais caro (e melhor), o Virtus, derivado do Polo, com preço a partir de R$ 65,4 mil (1.6 MSI). Neste caso a distância é grande em preço e produto, mas o Voyage tem seu público tal qual o Gol.
A Fiat que já chegou a vender três modelos do consagrado Palio simultaneamente hoje briga nos sedãs apenas com o Cronos (R$ 54,9 mil na versão 1.3) mantendo o Grand Siena na linha 2020 como carro de combate por R$ 50,4 mil na versão 1.0 Attractive.
Já a Ford abriu mão dessa disputa e prefere oferecer o Ka desde a versão 1.0 mais simples, a S, por R$ 50,4 mil enquanto a versão topo Titanium vem bem equipada com motor 1.5 e câmbio automático por 73,2 mil.
Até a Toyota tem usado a estratégia dos modelos antigos com o Etios, que na versão 1.3 manual custa R$ 55,1 mil. O Yaris fica no andar de cima, a partir de R$ 66,1 mil usando inclusive o mesmo conjunto mecânico do Etios que segue na linha 2020 sem alterações.
Novos jogadores
O futuro jogador dessa disputada partida será o Nissan Versa que terá nova geração cujas vendas já começaram no México e Estados Unidos. No entanto, é quase certo que a Nissan manterá a versão anterior em linha, o que indica que a marca japonesa também seguirá o caminho da concorrência. Aliás, especulações apontam que o velho sedã seguirá como Versa V-Drive.
Faça as contas
Para saber se vale a pena comprar um desses modelos de entrada, o consumidor deve levar em conta seu próprio perfil. Para quem não se importa em andar com um carro cujo desenho ou projeto seja mais antigo a economia é uma boa alternativa. Geralmente esses modelos costumam oferecer mais equipamentos de série por um valor menor que os carros mais novos com design renovado e menos equipados. Há que se levar em conta a desvalorização dos carros que tende a ser mais acentuada em um modelo já prestes a deixar de ser fabricado. Fato é que se vende, as montadoras estão aí para oferecer produtos em todas as faixas e o consumidor determina o que vale mais a pena.