A relação entre o principal gestor federal da Saúde, o ministro Marcelo Queiroga, e o governador de São Paulo, estado epicentro da doença no país, João Doria, se deteriorou após o episódio de pré-colapso no atendimento das UTIs paulistas. Cerca de 60% dos municípios do estado registraram falta de medicamentos básicos do kit-intubação.
O governo de São Paulo acusa o governo federal de ineficiência na distribuição. “Não adianta empurrar o problema para o Ministério da Saúde”, declara Queiroga, em tom ríspido, inusual para o médico, ressaltando que o problema afeta outros estados, todos recepcionados pela área técnica do ministério. “O governo federal requisitou 100% dessa medicação produzida no Brasil. Logo, é responsável pela distribuição aos entes federativos”, rebate Doria.
O governador também registrou que a chegada dos medicamentos hoje a São Paulo se deve à doação de 2,3 milhões de kits intubação aos estados por parte de empresas privadas que se uniram para atender à emergência. “Parabéns às empresas pela iniciativa”, registrou Doria. Os remédios, analgésicos, sedativos e relaxantes musculares específicos para permitir a intubação, são considerados essenciais para o atendimento aos pacientes graves da Covid-19 e estão em falta em hospitais da rede pública em diversos pontos do país.