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Conversa de Repórter

Bastidores de como vim parar aqui 

Quem poderia imaginar que uma mensagem a um apresentador, que mal me conhecia, abriria as portas pra eu chegar até aqui?

Conversa de Repórter|LUCAS CARVALHO, do R7 e Lucas Carvalho

Quatro anos atrás, mais precisamente no dia 04 de junho, começava oficialmente a minha jornada na Record, em São Paulo. Esse tipo de recordação me faz revisitar toda a caminhada que me trouxe até a maior cidade do país.

Recentemente, compartilhei nas minhas redes sociais o vídeo da minha despedida da Record, em Bauru. O apresentador Rodrigo Moterani, sem combinar nada comigo, me fez uma homenagem improvisada, ao vivo, no Balanço Geral, programa que tive a honra de ser repórter e apresentar algumas vezes.

Foi uma virada de chave muito grande na minha vida. Até hoje, quando paro pra pensar, vejo que foi a mudança mais significativa da minha carreira. Todas as demais foram importantes para preparar o caminho, mas ter encarado o desafio de vir contar histórias em São Paulo foi o que me aproximou, de fato, da vida do país e de uma realidade até então desconhecida.

Nem todo mundo sabe como vim parar aqui. Embora tenha passado parte da minha experiência profissional sem almejar vir pra capital, fui eu quem pedi a chance de me juntar aos grandes. Quatro anos atrás, eu mandei uma mensagem por rede social ao meu querido amigo, Bruno Peruka, até então apresentador das manhãs da Record. Fui ousado, mas senti que poderia ter essa liberdade e pedi a ele que me passasse seu número de WhatsApp.


Bruno Peruka foi quem me ajudou a chegar até São Paulo
Bruno Peruka foi quem me ajudou a chegar até São Paulo

A resposta não demorou e, gentilmente, ele me mandou o contato. É uma pena que não tenho mais essa conversa salva, mas me lembro que na mensagem eu dizia ao Peruka que me reconhecia na história de luta dele pra chegar à televisão e que gostaria de ter a oportunidade de mostrar o meu trabalho em São Paulo.

O Peruka não é muito de estender uma conversa por mensagem. Ele gosta de falar por ligação. No dia seguinte, meu celular toca: era o Bruno. Conversamos, abertamente, por um tempão e a única promessa que ele me fez foi a de que falaria do meu nome para a chefia de jornalismo. Dito e feito.


Algumas semanas depois, acordei com um telefonema dele. Devia ser umas 5h da manhã. Em Bauru, eu entrava mais tarde, por isso ainda estava dormindo. Atendi o celular, meio sonolento, e do outro lado da linha o Peruka me disse: "Oh, não fala pra ninguém, não, mas você vai vir pra cá nos próximos dias. Vão te ligar". Eu nem me lembro o que respondi, mas fiquei meio atordoado.

O que sei, pra encurtar a história, é que algum tempo depois fui chamado para passar uma temporada em São Paulo fazendo reportagens e links para o SP no Ar e, depois, para o Balanço Geral. Na minha primeira semana, fui assaltado enquanto trabalhava. Alguns dias depois, caiu no meu colo uma das grandes coberturas de ataque a banco na região metropolitana. Foi, assim, com emoção e improviso que fui avaliado durante 30 dias.


Quando retornei a Bauru, voltei sem nenhuma promessa de ser efetivado. Eu até tinha esperança, contava com a torcida de alguns colegas, mas, oficialmente, não havia nada certo. As duas semanas seguintes foram apresentando o Balanço Geral Interior enquanto o titular estava de férias. Lembro que no segundo dia de apresentação, recebi uma ligação do RH da Record me perguntando se eu tinha interesse na vaga de repórter que estava disponível.

Pensei: "Ferrou". Eu havia acabado de começar a cobrir um período de férias, que se estenderia um pouco mais. Na época, o gerente de jornalismo de Bauru, Felipe Andrade, foi quem fez as tratativas com São Paulo para que eu pudesse fazer minha mudança ao final dos 15 dias de apresentação. Foi tudo muito intenso, mas deu certo. Deu tão certo que quatro anos já se passaram.

Estou contando aqui os bastidores da minha vinda pra São Paulo porque isso também é uma história da vida real. Ser repórter na maior metrópole do mundo abriu caminhos para que eu pudesse ter sonhos ainda mais ousados e sigo lutando, acreditando e trabalhando por eles. Quem poderia imaginar que uma mensagem a um apresentador, que mal me conhecia, abriria as portas pra conseguir chegar até aqui?

Ao vivo, pela Record, na maior cidade do país: "abriu caminhos para sonhos mais ousados"
Ao vivo, pela Record, na maior cidade do país: "abriu caminhos para sonhos mais ousados"

Tudo aconteceu, exatamente, como deveria. E o que vier daqui pra frente, também vai acontecer como tem de acontecer. Tenho enorme gratidão por essa trajetória e pelas pessoas que Deus me apresentou e que ajudaram a direcionar meus planos pra cá. Até quando? O tempo que for necessário.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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