"Lá estava eu, de novo, com o cabelo cortado, a barba alinhada, camisa passada e o terno na estica"
Arquivo PessoalEngraçado como as nossas férias passam rápido só pra gente. Ontem, retornei ao trabalho, na TV, e meus colegas brincaram comigo, me perguntando se eu tinha ficado um ou três meses fora. Pra mim, foi só piscar pro tempo voar. Quando vi, lá estava eu, de novo, com o cabelo cortado, a barba alinhada, camisa passada e o terno na estica.
Por falar no tempo, quero compartilhar, aqui, um dos meus roteiros de viagem nessas férias. Algo totalmente despretensioso, mas que me levou longe. Fiquei alguns dias em Araçatuba, no interior de São Paulo, onde minha família mora. Numa tarde qualquer, eu sentei no chão da sala e abri uma das portas da estante. Sem planejar, embarquei numa viagem rápida, mas emocionante.
Eu não sabia, mas há tanto sobre meus sonhos guardado naquele móvel. Encontrei, ali, registros de quando eu ainda era, apenas, um menino no jardim da infância. Rabiscos de sala de aula, textos rascunhados, fotos. Meu início no jornalismo, lembranças da faculdade e até meu primeiro crachá de estagiário numa emissora de televisão.
Voltei, basicamente, onze anos da minha vida pra reviver tudo aquilo. E há momentos que me vêm à memória com a mesma nitidez do presente. Parece que passou tão rápido. Entre meus achados, uma caixa de fita K7 com minhas locuções de criança, participações em programas de rádio e entrevistas que eu mesmo gravava.
Coleção de fitas K7 com participações em programas de rádio
Arquivo PessoalAté meu antigo radinho de ouvido, tão útil nas reportagens esportivas, estava ali dentro da estante, intacto. Vou contar um segredo. Eu sempre levava o rádio para ouvir os narradores esportivos durante coberturas de campeonato de futebol. Era minha "muleta" pra pegar o jeito da transmissão. Novato na profissão, eu buscava "imitá-los" pra conseguir entregar um bom material, numa editoria que não é muito o meu forte.
Radinho de ouvido que me salvava nas transmissões esportivas
Arquivo PessoalEu gosto de me lembrar dessas passagens que marcaram minha carreira lá atrás. Qualquer dia desses, vou contar algumas curiosidades e resgatar todo esse material. Acho que vale usar o retrovisor da vida quando o que passou serve pra te levar ainda mais longe. Recordar o começo me fez ter o maior orgulho do que estou vivendo hoje e me deu ainda mais gás pra buscar o que almejo.
E, pra ser sincero, por mais que descansar seja maravilhoso, voltar das férias me traz uma sensação de "Ano Novo". Sabe aquele sentimento de tanque cheio e de novas expectativas que a gente tem todo réveillon? Então, é basicamente isso.
Foi bom viajar nessas férias. Foi bom colocar o pé na areia, sentir a brisa do mar, ver o sol se pôr e contemplar as belezas que a rotina agitada do jornalismo, ao vivo, muitas vezes esconde. Melhor, ainda, foi poder me visitar anos atrás. Viajar sem planejar também foi enriquecedor.
Bora pros dias de luta, agora!
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.