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Conversa de Repórter

O jornalismo perde sua Glória 

Outra Glória não haverá. Mas que haja mais gente capaz de, pelo menos, valorizar e honrar o legado dela e de tantos outros profissionais da comunicação que fizeram história sem precisar viralizar nada em rede social.

Conversa de Repórter|LUCAS CARVALHO, do R7

Glória Maria deixa legado importante para o jornalismo e para a televisão brasileira
Glória Maria deixa legado importante para o jornalismo e para a televisão brasileira

Ela não foi Glória só no nome. Foi Glória em tudo o que fez. Teve glória na vida, na carreira, na televisão. Glória Maria foi pioneira em momentos que marcaram a reportagem e o jornalismo brasileiro. Foi a responsável por derrubar as portas do machismo, do preconceito e de tudo que pudesse limitar o seu trabalho.

Quando alguém com a genialidade de Glória Maria morre, penso que o mundo, aos poucos, vai morrendo também. Vai perdendo base, referência. A nova geração, da qual faço parte, ainda não me parece madura o suficiente pra "tocar o barco". Não falo em ter que substituir quem é insubstituível na história. Falo em continuar a história com a mesma garra, determinação, entusiasmo.

Glória Maria na Nigéria nos anos 90: morte é um baque para o bom jornalismo
Glória Maria na Nigéria nos anos 90: morte é um baque para o bom jornalismo

Glória Maria é mais um ícone que eu não tive a oportunidade de conhecer pessoalmente, mas que passei parte da vida acompanhando quando o jornalismo ainda era um sonho distante. A morte dela é um baque pro jornalismo. Um baque pro bom jornalismo. O legado fica, sim. Mas a continuidade, não. Eu sei que todo mundo morre. Mas algumas pessoas vão embora e a gente demora pra se acostumar porque admira a trajetória e, no fundo, sonha em ter uma parecida.

Eu não sei como foi Glória Maria fora das câmeras. Mas falando pra elas, foi responsável pelo sonho de muita gente. Foi inspiração pra homens, mulheres, negros, brancos. Foi lembrada nas faculdades, foi citada como referência e entregou o máximo que seu talento permitiu.


Outra Glória não haverá. Mas que haja mais gente capaz de, pelo menos, valorizar e honrar o legado dela e de tantos outros profissionais da comunicação que fizeram história sem precisar viralizar nada em rede social. Fizeram o que fizeram, foram o que foram, só com o talento.

Que o jornalismo perdeu um pouco de sua glória, isso eu não tenho dúvidas.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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