O mundo merece mais Mateus e inúmeras Helenices

Por mais que a tecnologia nos aproxime, absolutamente nada substitui um abraço apertado em quem a gente ama

Mateus surpreende mãe depois de dois anos longe

Mateus surpreende mãe depois de dois anos longe

Arquivo Pessoal

A parte mais difícil da minha profissão sempre foi lidar com a distância da minha família, em especial, da minha mãe. Por isso, a reportagem que fiz nesta semana me pegou muito. Foi um respiro em meio a tantas pautas pesadas e a oportunidade de ajudar a espalhar uma cena tão linda.

Um dia antes, eu tinha visto a imagem nas redes sociais. Não imaginava que eu também contaria essa história. Mateus emocionou a todos com uma demonstração de amor, carinho e respeito pela mãe dele, a dona Helenice.

O jovem, de 25 anos, é o que podemos chamar de “cidadão do mundo”. Ele adora viajar, conhecer lugares diferentes e novas culturas. Há dois anos, decidiu estudar e trabalhar na Califórnia, nos Estados Unidos. Antes disso, porém, morou no México, onde concluiu o Ensino Médio.

Mateus decidiu presentear a mãe no dia do aniversário dela. Decidido a voltar ao Brasil, depois da experiência fora do país, ele organizou uma surpresa emocionante. Fantasiado como um personagem da série La Casa de Papel, da Netflix, o rapaz “invadiu” o restaurante onde a aniversariante comemorava com familiares e amigos e levou um bolo cheio de velas para dona Helenice. Só depois de dançar muito ele tirou a máscara para surpreender a mãe.

Cuidado. Vai cair um cisco do seu olho.

Fomos até a Mogi das Cruzes, na grande São Paulo, para conhecer melhor a história da família. Atencioso e sorridente, Mateus nos recebeu na portaria. Logo em seguida, veio a mãe, igualmente simpática. Subimos até o apartamento e fomos muito bem acolhidos. Teve café e até uns bombonzinhos para mimar a equipe.

Café eu não recuso NUNCA!

A relação de Mateus com a mãe dele me fez pensar muito na relação que tenho com a minha. A distância, seja lá qual for, dói. Lembro como se fosse hoje o dia em que saí de casa com destino a Bauru. Eram, apenas, 200 km de estrada que nos separavam e eu me sentia como se estivesse sem rumo. Na verdade, eu estava. Foi uma grande mudança.

Depois disso, percorri o trecho mais um pouco e vim parar em São Paulo. Diferentemente do Mateus, que há dois anos não via a mãe dele, eu ainda tenho o privilégio de visitar a minha uma vez a cada dois meses. Ainda assim, para mim, esse é um dos meus grandes desafios.

Por mais que a tecnologia nos aproxime, absolutamente nada substitui um abraço em quem a gente ama. Ao ver o vídeo que o Mateus compartilhou nas redes sociais, confesso, meus olhos lacrimejaram. É lindo ver o cuidado e o respeito que ele tem com a mãe. O amor de família que nos transmite uma energia boa.

Estou acostumado com pautas cujo enredo é sempre o cenário de um crime. Quando vi que aquela história tinha um objetivo diferente, meu dia ficou melhor. É gratificante poder ajudar a espalhar algo construtivo e inspirador. Jornalismo é isso também.

Sei que, talvez, muita gente tenha uma relação difícil com a própria mãe e por diferentes razões não consegue ver sentido em toda a repercussão que uma cena dessa causa. Mas penso que a imagem, que em poucos dias ganhou mais de 10 milhões de visualizações, traz uma mensagem que valoriza o essencial para a vida em qualquer relacionamento: o amor, o afeto, o abraço, o carinho.

Para mim, essa foi uma das grandes reportagens que pude fazer nos últimos tempos; daquelas que a gente olha e sente um baita orgulho porque sabe que emprestar a voz para disseminar o bem é a maior recompensa de um comunicador.

Desejo que o mundo tenha muitos Mateus e inúmeras Helenices.

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